Estado do PR prepara programação do Mês da Consciência Negra

No mês de novembro é celebrado o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, que se tornou feriado nacional a partir de 2024

Em novembro, o Brasil celebra o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, uma data que se tornou feriado nacional a partir de 2024, e carrega grande importância histórica e cultural. Este momento é dedicado a homenagear Zumbi dos Palmares e a resistência do povo negro ao longo da história do país.

Além disso, o mês é uma oportunidade de reflexão sobre o impacto da cultura e das conquistas negras na sociedade brasileira, promovendo uma luta contínua contra o racismo e o preconceito. Em várias cidades, equipamentos culturais oferecem uma série de atividades voltadas para reforçar a importância da identidade negra e sua contribuição para a construção da sociedade.

No mês de novembro é celebrado o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, que se tornou feriado nacional a partir de 2024

No Museu de Arte Contemporânea do Paraná, o destaque para o mês de novembro é o Cine Adélia, um cineclube que encerra seu ciclo anual com uma sessão especial de filmes no dia 29 de novembro, às 18h30. As exibições incluem filmes aclamados como “Pataki” (2018) de Everlane Moraes, “De um lado do Atlântico” (2020) de Milena Manfredini, e “Mal Di Mare” (2021) de João Vieira Torres, obras que abordam temas de ancestralidade, migração e resistência negra.

Após a exibição, será realizado um debate com mediação das curadoras do Cine Adélia, incluindo interpretação em Libras, reforçando a inclusão e acessibilidade cultural.

No mês de novembro é celebrado o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, que se tornou feriado nacional a partir de 2024

Essa atividade busca aprofundar a discussão sobre o papel do cinema na representação da cultura afrodescendente, trazendo à tona narrativas que muitas vezes ficam à margem das grandes produções cinematográficas. As obras escolhidas para essa sessão especial exploram perspectivas variadas sobre a diáspora africana e a identidade negra, criando um espaço de empatia e aprendizado.

O Museu Paranaense participa do Mês da Consciência Negra com uma programação especial voltada para a valorização da cultura afro-brasileira. Uma das principais atrações é o circuito de visitas guiadas chamado “Deste lugar de onde vejo”, que ocorre nos finais de semana, oferecendo uma abordagem interativa e reflexiva das exposições. Os visitantes são convidados a explorar a ancestralidade e cultura afrodescendentes, discutindo temas como discriminação racial, resistência e luta por igualdade.

As visitas guiadas, que têm duração de 1h30 e acontecem aos sábados (dias 23 e 30) às 14h30 e aos domingos (dias 17 e 24) às 11h, são gratuitas e abertas a todas as idades. Por meio dessas mediações, o MUPA se propõe a fortalecer o museu como um espaço de memória e conscientização, incentivando o público a refletir sobre as contribuições do povo negro para uma sociedade mais justa e inclusiva.

A Biblioteca Pública do Paraná também se une à celebração da Consciência Negra com uma rica programação chamada Novembro Negro, voltada para atividades de promoção da literatura e cultura afro-brasileira. Em destaque, a Estante Afro Maria Águeda, localizada no Hall Térreo da biblioteca, é um monumento literário que reúne mais de 500 obras de autoria negra ou com temática afrocêntrica, todas disponíveis para consulta e empréstimo. Este acervo, organizado pela Editora Humaita, busca ampliar o conhecimento sobre a literatura afro-brasileira, oferecendo acesso a uma variedade de vozes e narrativas.

No mês de novembro é celebrado o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, que se tornou feriado nacional a partir de 2024

Além da estante afro, outros eventos importantes estão programados. No dia 19 de novembro, às 17h, acontece uma roda de conversa com os escritores haitianos Rei Seely e Richard Roch, com mediação de Julia Raiz, escritora e tradutora. A conversa abordará a valorização da cultura haitiana e a importância da representatividade literária.

Outro destaque é o lançamento de quatro livros por integrantes do coletivo Pretas com Poesia. No dia 27 de novembro, às 18h, o coletivo apresentará obras como “Pretas com Poesia” e “Prima Mulier” de Jô Macario, além dos lançamentos “A Mulher de Mil Nomes” de Sueli Crespa e “Cemitério de Coisas Vivas” de Evelin Moreira, que abordam a identidade negra feminina com potência e sensibilidade.

Para os amantes da literatura, o evento Ler Junto ocorre todas as segundas-feiras, às 18h30, oferecendo leituras guiadas pelo professor Guilherme Shibata. Em novembro, para celebrar a Consciência Negra, o conto “Pai contra Mãe”, de Machado de Assis, será discutido no dia 18. Esse clássico da literatura brasileira aborda de forma crítica e impactante temas como escravidão e desigualdade racial.

O Museu Casa Alfredo Andersen apresenta a exposição Segredos da Cor, da artista plástica Cecifrance Aquino. Essa mostra, que ficará em exibição até janeiro de 2025, explora questões de racismo e xenofobia através de obras vibrantes e carregadas de significados. Os estandartes expostos, por exemplo, ressignificam emblemas da herança colonial, transformando-os em símbolos de resistência e luta antirracista.

No mês de novembro é celebrado o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, que se tornou feriado nacional a partir de 2024

A exposição busca dialogar com o passado e o presente do Brasil, refletindo sobre as profundas raízes da discriminação e a necessidade de desconstruir narrativas de opressão. Cecifrance utiliza a cor como forma de expressão e empoderamento, resgatando elementos da cultura negra e transformando-os em ferramentas de resistência. A entrada é gratuita, incentivando que um público diversificado conheça seu trabalho e reflita sobre as questões abordadas.

A literatura infantojuvenil também marca presença nas celebrações da Consciência Negra com o lançamento do livro Joaquim, negra sim! escrito por Jester Furtado e ilustrado por Hannah Abranches. A obra, que narra as experiências de Joaquim, um jovem em busca de sua identidade afrocentrada, recebeu apoio do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice). Os exemplares são distribuídos gratuitamente na Secretaria de Estado da Cultura e têm como objetivo proporcionar representatividade e incentivar o orgulho da identidade negra entre as crianças e jovens.

Essa iniciativa reforça a importância de apresentar a temática racial desde a infância, permitindo que as novas gerações cresçam valorizando a diversidade e reconhecendo a riqueza da cultura afrodescendente. Com uma narrativa sensível e envolvente, o livro Joaquim, negra sim! é uma ferramenta educativa e transformadora.