A colheita de café no Paraná atingiu 36% do total estimado para 2025, que deve chegar a 713 mil sacas.
Esse avanço ocorre em meio a um cenário de preços bastante favorável: a saca do grão beneficiado, que em junho de 2024 estava cotada a R$ 1.151,55, agora alcança R$ 2.083,57.
A valorização de quase 100% está começando a gerar retorno direto aos produtores, após um período de comercialização antecipada em que boa parte da safra já havia sido vendida antes da alta.
Essas informações compõem o Boletim de Conjuntura Agropecuária, elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab). O documento também destaca o papel do estado na produção de proteína animal e na diversificação de culturas.
De acordo com o Deral, o custo total médio para o produtor, calculado em maio, foi de R$ 1.186,69 por saca, o que evidencia uma boa margem de lucro com os preços atuais. Segundo o agrônomo Carlos Hugo Godinho, a tendência é que mais produtores se beneficiem à medida que avançam as colheitas, principalmente os que aguardaram o momento certo para vender.
No Norte Pioneiro, região de Carlópolis — responsável por 25% da produção paranaense —, o Valor Bruto da Produção (VBP) saltou de R$ 513 milhões para R$ 763 milhões em 2024.
Já o VBP estadual da cafeicultura ultrapassou novamente a marca de R$ 1 bilhão, totalizando R$ 1,1 bilhão, frente aos R$ 563 milhões do ano anterior.
Safra de milho e clima
Apesar das condições climáticas pouco favoráveis durante a semana observada, os agricultores conseguiram aproveitar janelas de tempo para dar sequência à colheita do milho. Já foram colhidos 227 mil hectares dos 2,72 milhões plantados em todo o Paraná.
O boletim aponta que 54% da área total de milho está em maturação, o que a torna menos vulnerável a geadas. Já os 46% restantes estão em fases mais sensíveis ao frio, com risco reduzido nas regiões do Norte, onde as temperaturas são historicamente mais elevadas.
Crescimento da fruticultura temperada
O cultivo de frutas temperadas também tem ganhado espaço no Brasil, que dispõe de condições climáticas diversas. Enquanto uvas são plantadas no semiárido do Nordeste, pomares de peras e mirtilos prosperam em áreas irrigadas do Vale do São Francisco. Morangos, antes considerados sazonais e caros, agora estão disponíveis durante todo o ano.
A maçã Eva, variedade desenvolvida no Paraná, atualmente é cultivada com sucesso em regiões mais quentes do país. Para debater os avanços e desafios dessa cadeia produtiva, será realizado no dia 25 de junho o XI Seminário Estadual de Fruticultura de Clima Temperado, promovido pelo IDR-Paraná na Estação de Pesquisa da Lapa.
Avanço na produção de bovinos
O Paraná registrou o abate de 354 mil cabeças de gado no primeiro trimestre de 2025, crescimento de cerca de 4% em comparação com as 340 mil abatidas no mesmo período de 2024. Ainda assim, o estado responde por apenas 3% do total nacional.
A produção de carne também aumentou: passou de 87,7 mil toneladas para 90,7 mil. O rendimento médio de 256 quilos por animal é superior à média nacional, que é de 251 quilos.
Exportações de carne de frango crescem mesmo com influenza aviária
Mesmo com o registro de Influenza Aviária em uma granja comercial do Rio Grande do Sul, o Brasil manteve a alta nas exportações de carne de frango. De janeiro a maio de 2025, o volume exportado aumentou 4,5%, passando de 2,099 milhões para 2,193 milhões de toneladas. O faturamento subiu 9,8%, saltando de US$ 3,774 bilhões para US$ 4,145 bilhões.
O Paraná, líder nacional no setor, exportou 904,5 mil toneladas no acumulado do ano, contra 892,2 mil no mesmo período de 2024 — um crescimento de 1,4%. A receita aumentou de US$ 1,568 bilhão para US$ 1,672 bilhão, um avanço de 6,6%.
Produção de ovos também cresce
A produção nacional de ovos para consumo registrou aumento significativo. No primeiro trimestre de 2025, o país produziu 993,4 milhões de dúzias — o equivalente a 11,9 bilhões de unidades —, volume 10,8% maior do que o registrado no mesmo período de 2024.
São Paulo segue como o maior produtor nacional, seguido por Minas Gerais e Espírito Santo. O Paraná ocupa a oitava posição, com produção de 50,8 milhões de dúzias no trimestre, um crescimento de 4,5% em relação às 48,6 milhões do ano anterior.
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