Primeira geada de 2025 chega ao Sul

Na madrugada deste domingo (16), o Sul do Brasil foi surpreendido pela primeira geada do ano, um fenômeno climático que gerou grandes variações de temperatura e trouxe desafios para a agricultura e infraestrutura da região.

Com as temperaturas caindo até 2ºC em cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o cenário de gelo tomou conta de locais como São Joaquim, no Planalto Sul catarinense, onde os campos se transformaram em um manto branco devido à entrada de uma massa de ar seco e frio. Esse fenômeno foi intensificado por um ciclone extratropical, que se formou na costa gaúcha.

O impacto dessa geada no início do outono, apesar de comum em áreas de maior altitude, acirra as dificuldades já enfrentadas por produtores e moradores dessas regiões.

A geada e seus efeitos na agricultura do Sul do Brasil

A geada, especialmente em regiões mais altas, pode ter consequências devastadoras para a agricultura. Em áreas como o Planalto Sul de Santa Catarina, onde a vegetação é vulnerável ao frio intenso, as baixas temperaturas podem comprometer as lavouras de hortaliças, frutas e até grãos.

O fenômeno tem se repetido com maior intensidade nos últimos anos, e a combinação de uma massa de ar polar com um ciclone extratropical gerou condições favoráveis para o gelo em pleno mês de março, um mês que ainda se encontra na transição do verão para o outono.

Agricultores, especialmente os que cultivam maçãs, videiras e outros produtos de clima temperado, precisam estar atentos a essas condições climáticas extremas, pois uma geada forte pode destruir a produção de toda uma safra.

Além disso, a geada também compromete a infraestrutura de estradas e a rede elétrica, dificultando a logística e o fornecimento de serviços essenciais para os municípios afetados.

O contraste climático, onda de calor e geada no Sul do Brasil

O mês de março tem sido marcado por uma oscilação climática impressionante no Sul do Brasil. Se, por um lado, a geada foi um reflexo do frio intenso, por outro, a onda de calor que atingiu o estado antes da chegada da frente fria foi um contraste marcante.

Durante os primeiros dias de março, as temperaturas ultrapassaram os 40ºC em várias cidades, e em Porto Alegre, por exemplo, a média máxima registrada foi de 36,6ºC – cerca de 7,4ºC acima da média histórica para a cidade.

No entanto, a chegada da frente fria, entre os dias 9 e 15 de março, trouxe uma drástica transformação no clima. As temperaturas despencaram, e chuvas irregulares e temporais isolados se tornaram comuns, proporcionando alívio para as altas temperaturas e contribuindo para a instabilidade no clima.

Mas, como é típico do clima do Sul do Brasil, a alternância entre extremos de calor e frio tem gerado desafios para a população e para o planejamento agrícola.

Desafios climáticos para o Centro-Sul e Sudeste do Brasil

Em todo o Centro-Sul do Brasil, os contrastes climáticos têm sido evidentes. Se no Sul a geada marca o início do outono, no Sudeste, as chuvas intensas têm sido o principal destaque. No Rio de Janeiro, por exemplo, a noite do dia 12 de março foi marcada por um vendaval e chuvas recordes, o que causou transtornos em diversas áreas da cidade.

A oscilação climática entre períodos de calor intenso e temporais tem gerado uma instabilidade que impacta diretamente a população e a economia dessas regiões.

Nos municípios do interior do Rio Grande do Sul, a situação é ainda mais delicada. A estiagem prolongada, que afeta mais de 200 comunidades, tem levado a um estado de emergência. O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e modelos meteorológicos, como os do ECMWF e do Deutscher Wetterdienst, indicam que as mínimas devem começar a subir gradativamente, mas a ameaça de novas geadas persiste em áreas serranas.

O risco de geadas se mantém, principalmente no final da semana, quando um leve pulso de ar frio pode alterar novamente a temperatura e intensificar os impactos.

Perspectivas Climáticas para o Futuro Próximo

A primeira geada do ano no Sul do Brasil trouxe desafios para a agricultura e a infraestrutura das regiões de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Descubra como os extremos climáticos impactam o cotidiano e a economia do Centro-Sul do país.

As previsões para as próximas semanas indicam que o clima continuará instável no Sul e Sudeste do Brasil. Para as regiões do Centro-Oeste e Norte, as previsões apontam para um período de alternância entre chuvas intensas e períodos de calor acima da média, característicos da estação outonal.

A oscilação de temperaturas e a instabilidade atmosférica continuarão sendo um desafio para os produtores rurais e para os gestores públicos, que terão que lidar com os impactos dessa instabilidade.

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