O mercado do boi gordo vive um momento de tensão e expectativas para o futuro próximo. Embora a oferta de animais para abate continue restrita, o preço da arroba tem demonstrado uma estabilidade nos últimos dias. No entanto, o ritmo mais lento da demanda por carne bovina nesta segunda quinzena de janeiro tem limitado os aumentos no valor da arroba, criando uma sensação de contenção no mercado.
No fechamento do mês de janeiro de 2025, o Indicador do boi gordo Cepea apontou uma ligeira alta de 0,2%, com o preço da arroba alcançando R$ 326,00/@. Embora o aumento tenha sido pequeno, ele refletiu um avanço de 2,7% no acumulado do mês. Em contrapartida, o mercado de carne bovina no atacado registrou uma queda de 2,9% na semana, com o preço da carcaça casada (boi) cotada a R$ 22,70/kg no mercado paulista. Essa oscilação na carne e na arroba pode ser explicada por um mercado volátil, mas que ainda aguarda um novo impulso.
No curto prazo, espera-se que os preços do boi gordo permaneçam relativamente estáveis, com uma leve tendência de “andar de lado”. Contudo, a virada do mês pode trazer uma melhora na demanda, especialmente na ponta final da cadeia produtiva, o que pode gerar valorização tanto no preço da arroba quanto na carne bovina. Essa expectativa reflete o comportamento sazonal do mercado, que costuma aquecer à medida que o consumo de carne tende a aumentar em certos períodos do ano.
Em meio a essa instabilidade de curto prazo, o mercado futuro do boi gordo surge como uma importante ferramenta para pecuaristas e investidores que buscam garantir preços mais vantajosos. A B3, bolsa de valores brasileira, oferece contratos de venda futura para commodities, incluindo o boi gordo. Esse tipo de negociação permite aos participantes do mercado mitigar riscos e garantir margens atrativas, ao mesmo tempo em que oferecem uma maneira de negociar a arroba do boi gordo a preços superiores aos praticados no presente.
Um exemplo interessante dessa estratégia pode ser observado na diferença entre os contratos de maio e outubro. Tradicionalmente, maio é um mês em que a oferta de gado terminado a pasto é maior, o que tende a resultar em preços mais baixos. Já outubro, costuma ser o período em que a oferta de animais é mais restrita, o que eleva o preço da arroba. No cenário atual, a diferença entre os contratos de maio e outubro é de R$ 21,05/@ — com maio cotado a R$ 313,95 e outubro a R$ 335,00. Isso sugere que o preço de maio pode estar subestimado, ou que o valor de outubro pode estar superavaliado.
Mesmo assim, a venda de contratos para outubro a R$ 335/@ parece ser uma oportunidade vantajosa para aqueles que buscam rentabilidade, pois não apenas supera as médias históricas, como também oferece uma forma de garantir lucros em um mercado que, por sua natureza, é volátil e sujeito a alterações rápidas.