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Desde que os primeiros raios de sol iluminaram as antigas ruínas da cidade de Çatalhöyük, na Turquia, um mistério intrigante pairava sobre os pesquisadores. Mas foi apenas em 2021 que uma descoberta extraordinária sacudiu o mundo da arqueologia: um pão com mais de 6 mil anos, considerado o mais antigo do mundo, emergiu das profundezas do passado. Contudo, apesar das celebrações iniciais, polêmicas e controvérsias agora rodeiam essa descoberta fascinante.
No coração das escavações arqueológicas em Çatalhöyük, enquanto os pesquisadores vasculhavam uma fornalha antiga, um objeto peculiar chamou a atenção. Inicialmente confundido, revelou-se após análises meticulosas como um pedaço de pão, datando de aproximadamente 6600 a.C. Esse artefato, preservado ao longo dos milênios, foi encontrado devidamente embrulhado, o que contribuiu significativamente para sua conservação excepcional.
O líder das escavações, Ali Umut Türkcan, descreveu a descoberta como um marco na história da alimentação humana, afirmando que esse pão é, de fato, o mais antigo do mundo. No entanto, a comunidade científica não está totalmente convencida. Em 2018, outro achado intrigante foi feito no nordeste do Deserto Negro da Jordânia: um pão sem fermentação, com 14400 anos de idade. Essa discrepância levanta questões sobre a autenticidade do pão de Çatalhöyük e sua posição como o mais antigo do mundo.
Além das polêmicas sobre a antiguidade do pão, essa descoberta arqueológica lança luz sobre a vida nas antigas civilizações da região. Çatalhöyük, uma das primeiras protocidades do mundo, abrigava uma população de aproximadamente 8 mil pessoas. A ausência de um planejamento urbano centralizado contrasta com a organização das cidades contemporâneas, revelando nuances fascinantes sobre a evolução social e cultural da humanidade.
Os vestígios de ossos de animais encontrados em Çatalhöyük sugerem um importante marco na história da agricultura. A domesticação de grãos na região indica uma transição significativa de sociedades caçadoras-coletoras para culturas agrícolas. Nesse contexto, a descoberta do pão assume um papel crucial, sendo considerada por muitos como uma evidência tangível desse processo de domesticação e desenvolvimento das primeiras culturas agrícolas.
Embora as controvérsias sobre a antiguidade do pão de Çatalhöyük persistam, uma coisa é certa: essa descoberta revolucionária oferece uma visão sem precedentes sobre os primórdios da alimentação humana e o surgimento das primeiras sociedades agrícolas. Enquanto os arqueólogos continuam a desvendar os segredos enterrados nas antigas ruínas de Çatalhöyük, o pão mais antigo do mundo permanece como um testemunho eloquente da jornada fascinante da humanidade através dos tempos.