Por que os guardiões da maior relíquia do cristianismo são muçulmanos

A Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém é um dos locais mais sagrados do Cristianismo, reverenciado como o lugar onde Jesus Cristo foi crucificado, sepultado e ressuscitado. O que muitos não sabem é que a custódia deste local de imenso significado religioso está nas mãos de duas famílias muçulmanas.

Neste artigo, exploraremos a fascinante história por trás dos guardiões muçulmanos da Igreja do Santo Sepulcro e sua importância na preservação dessa tradição milenar.

Desde os tempos medievais, a custódia da Igreja do Santo Sepulcro tem sido confiada a famílias muçulmanas. Segundo a tradição, essa responsabilidade foi concedida pelo califa Omar após a captura de Jerusalém pelos muçulmanos em 637. As famílias Nuseibeh e Joudeh foram selecionadas para essa tarefa, um legado que perdura até os dias de hoje.

igreja santo sepulcro 1

Ao longo dos séculos, Jerusalém mudou de mãos várias vezes, passando de domínio muçulmano para domínio cristão e vice-versa. No entanto, a custódia da Igreja do Santo Sepulcro permaneceu com as famílias muçulmanas, mesmo durante os períodos de domínio cruzado e otomano.

As famílias Nuseibeh e Joudeh desempenham um papel vital na proteção e manutenção da igreja. A família Joudeh é responsável por guardar a chave da igreja, enquanto a família Nuseibeh tem o dever de abrir o portão. Essa divisão de responsabilidades tem sido mantida por séculos e é parte integrante da tradição da igreja.

Uma cerimônia anual é realizada pelas principais denominações cristãs para renovar seu reconhecimento da custódia muçulmana da Igreja do Santo Sepulcro. Durante essa cerimônia, as chaves da igreja são temporariamente entregues aos guardiões das denominações cristãs, simbolizando a cooperação e o respeito mútuo entre as comunidades religiosas.

Os guardiões muçulmanos da Igreja do Santo Sepulcro desempenham um papel único e significativo na preservação desta importante instituição religiosa. Sua tradição secular de proteger e cuidar deste local sagrado é um testemunho da diversidade e coexistência religiosa que caracteriza Jerusalém.

Enquanto as gerações passam, as famílias Nuseibeh e Joudeh continuam a manter viva essa preciosa herança, garantindo que a Igreja do Santo Sepulcro permaneça acessível e protegida para os peregrinos e fiéis de todo o mundo.