Poliomielite e a importância da vacinação infantil

A poliomielite, popularmente conhecida como pólio, é uma doença viral altamente contagiosa que pode resultar em paralisia permanente. Embora seja mais comumente associada a crianças, ela pode afetar pessoas de todas as idades, especialmente em sua forma mais grave.

A vacinação tem desempenhado um papel crucial na redução dos casos de poliomielite em todo o mundo, mas a doença ainda representa uma ameaça em regiões onde a imunização não é adequada.

O que é a poliomielite?

A poliomielite é causada pelo poliovírus, que pode invadir o sistema nervoso e causar paralisia em poucas horas. Lara Maia, pediatra do Hospital Edmundo Vasconcelos, explica que “é uma doença contagiosa provocada por um vírus (poliovírus) que inicialmente chega ao intestino e, em alguns casos, pode agredir a medula e o cérebro”. A transmissão ocorre principalmente através do contato com fezes contaminadas ou secreções da boca.

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A poliomielite pode se manifestar de forma variada, desde casos assintomáticos até os mais graves. Alguns dos sintomas iniciais incluem:

  • Febre
  • Vômitos
  • Diarreia ou constipação
  • Dor de cabeça e no corpo
  • Dor de garganta
  • Espasmos musculares
  • Meningite

Nos casos mais severos, o vírus pode causar paralisia dos músculos, resultando em sequelas permanentes.

Riscos da forma grave da doença

Os casos mais graves de poliomielite, onde ocorre paralisia, são mais comuns em crianças mais velhas ou adultos. Isso ocorre porque o vírus destrói partes do sistema nervoso, levando à paralisia dos músculos e, em alguns casos, provocando sequelas para a vida toda. Lara Maia destaca algumas dessas sequelas:

  • Paralisia da perna
  • Crescimento desigual das pernas
  • Escoliose
  • Osteoporose
  • Atrofia dos músculos
  • Pé-torto
  • Dores articulares
  • Paralisia dos músculos da fala e deglutição

Em casos raros, o vírus pode afetar partes do cérebro responsáveis pela respiração, podendo levar à morte.

A vacinação é a única forma eficaz de prevenir a poliomielite. “A doença não tem cura até o momento atual. Os casos confirmados devem ser hospitalizados para suporte clínico e acompanhamento”, explica Maia. A vacinação previne a infecção e impede a disseminação do vírus na comunidade.

Esquema vacinal

O esquema vacinal contra a poliomielite inclui:

  1. Vacina Inativada (VIP):
    • 2 meses
    • 4 meses
    • 6 meses
  2. Vacina Oral (VOP):
    • Reforço entre 12 e 15 meses
    • Reforço aos 4 anos ou durante campanhas de vacinação

É importante destacar que a vacina oral não pode ser administrada em crianças imunossuprimidas ou que convivam com pessoas imunossuprimidas. Na rede privada, reforços adicionais podem ser feitos aos 15 meses e aos 4 ou 5 anos.

Embora não exista cura para a poliomielite, os casos confirmados exigem hospitalização para suporte clínico. Tratamentos com fisioterapia são essenciais para lidar com as sequelas motoras a longo prazo. Essas intervenções podem ajudar a melhorar a mobilidade e a qualidade de vida dos pacientes afetados.

A fisioterapia é crucial para minimizar as consequências da paralisia causada pela poliomielite. Programas de reabilitação são personalizados para atender às necessidades individuais dos pacientes, focando em melhorar a força muscular, a coordenação e a mobilidade. O objetivo é permitir que os pacientes alcancem o máximo de independência possível em suas atividades diárias.

A prevenção da poliomielite depende de uma vacinação abrangente e eficaz. Campanhas de vacinação em massa e programas contínuos de imunização são essenciais para manter a doença sob controle. A conscientização pública sobre a importância da vacinação também desempenha um papel vital na prevenção.

Além da vacinação, a adoção de práticas adequadas de higiene e saneamento pode ajudar a reduzir a disseminação do poliovírus. Medidas simples, como lavar as mãos regularmente e garantir o saneamento básico, são fundamentais para prevenir a transmissão da doença.