Plantio de trigo é concluído no Paraná com alta estimada de 16% na produção

Paraná encerra plantio de trigo em 833,4 mil hectares e projeta safra 16% maior que a anterior, apesar de impactos climáticos recentes.

O Paraná finalizou nesta semana o plantio de trigo da safra 2024, abrangendo uma área de aproximadamente 833,4 mil hectares. A projeção inicial de produção é de 2,7 milhões de toneladas, o que representa um crescimento estimado de 16% em comparação com a safra 2023/2024, que registrou cerca de 2,3 milhões de toneladas.

Os dados são do boletim semanal do Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.

Segundo o analista Carlos Hugo Godinho, que acompanha a cultura no Deral, até o final de junho as condições climáticas estavam bastante favoráveis. No entanto, geadas ocorridas no período afetaram áreas reprodutivas, principalmente na região Norte do estado. A partir de 31 de julho, será divulgada uma nova estimativa da produção, já considerando os impactos do evento climático. A produtividade média estimada para esta safra é de 3.220 quilos por hectare — um aumento expressivo em relação aos 2.068 quilos por hectare registrados na temporada anterior.

Ainda de acordo com Godinho, há indícios de que o volume final da produção possa ser afetado. Atualmente, 82% das lavouras estão classificadas como em boas condições, 11% em estado mediano e 7% em situação considerada ruim. Antes da ocorrência das geadas, 99% das áreas eram avaliadas como boas. A escassez de chuvas nas últimas semanas também tem gerado preocupação entre os produtores, que aguardam precipitações com expectativa elevada.

O boletim também apresenta informações sobre outras culturas em desenvolvimento no estado. As lavouras de aveia mantêm desempenho satisfatório, impulsionado por temperaturas amenas e pela ausência de chuvas. Contudo, houve diminuição no cultivo de aveia branca em regiões fora das áreas tradicionais, motivada por resultados negativos no ciclo anterior. O mesmo ocorre com outras culturas como trigo mourisco e centeio, que apresentam desempenho limitado.

A colheita da batata da segunda safra está em estágio final, com parte das áreas sendo liberadas para novos plantios. Apesar da redução na área cultivada e na produtividade em algumas regiões do Sul, os resultados permanecem dentro das expectativas. Em determinados municípios, produtores têm realizado a colheita apenas para desocupar áreas, uma vez que a baixa cotação de mercado tem inviabilizado economicamente a comercialização, resultando em prejuízos.

No setor da mandioca, os produtores continuam os trabalhos de preparo do solo e aguardam chuvas para retomar o plantio. Mesmo com os preços considerados baixos, as projeções indicam um leve aumento na área cultivada para a próxima temporada. Já a colheita da cana-de-açúcar avança em ritmo estável em várias regiões, favorecida pelas condições climáticas atuais. A produtividade segue dentro dos padrões esperados.

O panorama geral apresentado pelo Deral reforça o impacto direto das variações climáticas sobre o desempenho das lavouras no estado. Apesar das adversidades enfrentadas até o momento, o setor agrícola do Paraná mantém perspectivas positivas, especialmente para a safra de trigo, que pode representar um novo patamar de produtividade, caso as condições climáticas colaborem nas próximas semanas.

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