O Universo nunca deixa de surpreender. Entre as vastidões escuras do espaço, um planeta solitário foi flagrado em um processo de crescimento acelerado que lembra mais o nascimento de uma estrela do que a trajetória de um mundo convencional. Enquanto a ciência imaginava os planetas como corpos estáveis e tranquilos, um evento raro e impressionante mostrou que a realidade pode ser muito mais dinâmica. A descoberta, anunciada pelo Observatório Europeu do Sul (ESO), aponta para um objeto de massa planetária que está devorando, a cada segundo, cerca de 6 bilhões de toneladas de gás e poeira cósmica.
O planeta que vaga sozinho
Diferente dos mundos conhecidos do nosso Sistema Solar, esse objeto não orbita uma estrela. Trata-se de um planeta errante, também chamado de free-floating planet, que percorre o espaço sem estar preso à gravidade de um sol. O corpo celeste foi batizado de Cha 1107-7626 e se encontra a aproximadamente 620 anos-luz da Terra, na constelação de Chamaeleon, região já famosa por abrigar berçários estelares.
A ciência estima que existam trilhões de planetas errantes apenas na Via Láctea. No entanto, detectá-los é um enorme desafio, já que vagueiam sozinhos, sem brilho próprio, quase invisíveis à imensidão escura do espaço. Essa rara detecção só foi possível graças a observações detalhadas realizadas pelo Very Large Telescope (VLT), no Chile, e confirmadas com dados do Telescópio Espacial James Webb, da NASA/ESA.
Uma surpresa cósmica sem precedentes
Segundo os pesquisadores, o planeta apresenta uma massa entre cinco e dez vezes maior do que a de Júpiter. Sua idade é considerada extremamente jovem em termos cósmicos, variando entre 1 e 2 milhões de anos — ou seja, está em plena fase de formação.
O que chamou a atenção da comunidade científica foi um surto repentino de crescimento registrado em agosto deste ano. O planeta passou a engolir matéria em uma velocidade quase oito vezes superior à observada anteriormente. Essa taxa equivale a devorar 6 bilhões de toneladas de gás e poeira por segundo, configurando o episódio mais intenso de acreção já visto em um objeto de massa planetária.
Planeta ou estrela?
O processo observado se chama acréscimo, em que partículas de gás e poeira são sugadas para dentro do corpo em formação. Até então, esse tipo de comportamento era associado apenas ao nascimento de estrelas jovens. Mas Cha 1107-7626 desafia essa lógica ao apresentar características semelhantes.

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“Estamos acostumados a pensar em planetas como ambientes estáveis, mas este achado mostra que corpos errantes podem ser muito mais ativos e turbulentos do que imaginávamos”, comentou o pesquisador Víctor Almendros-Abad, um dos autores do estudo.
Durante o fenômeno, a equipe também detectou atividade magnética intensa e transformações químicas no disco ao redor do planeta. Entre elas, a presença de vapor d’água, observada somente no período em que a taxa de acreção atingiu o recorde.
Esses sinais levam os cientistas a considerar que planetas gigantes podem se formar de maneira parecida com estrelas, a partir do colapso de nuvens de gás e poeira no espaço profundo.
Além de ampliar o debate sobre os limites entre estrelas e planetas, a descoberta reforça a importância dos instrumentos astronômicos modernos. O VLT, localizado no deserto do Atacama, é um dos telescópios mais poderosos do planeta, capaz de observar detalhes impressionantes do cosmos. Já o James Webb, em órbita desde 2021, vem revolucionando a astrofísica ao revelar imagens de regiões de formação estelar com uma clareza inédita.

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O caso de Cha 1107-7626 é mais do que uma curiosidade cósmica: é um convite à ciência para repensar conceitos estabelecidos. Em um momento em que o espaço se mostra cada vez mais complexo e dinâmico, fenômenos como esse lembram a humanidade de que o conhecimento ainda é apenas uma fagulha diante da vastidão do Universo.