A revolução tecnológica bancária no Brasil tem sido um marco de inclusão financeira, superando diversos países da América Latina. A pesquisa recente do Mercado Pago, em colaboração com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD), revelou que 78% dos brasileiros possuem conta em banco. Um dado surpreendente é que um em cada três brasileiros abriu sua primeira conta para realizar ou receber um Pix. Este artigo explora a importância do Pix na inclusão financeira, especialmente entre os jovens e os menos favorecidos economicamente, e analisa as percepções sobre o Plano Real, que completa 30 anos.
A adoção do Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central do Brasil, transformou a forma como os brasileiros interagem com o sistema financeiro. Segundo a pesquisa, 32% dos brasileiros abriram sua primeira conta bancária devido ao Pix. Esse percentual sobe para 50% entre os jovens de 18 a 24 anos, evidenciando a aceitação e confiança dessa geração na tecnologia financeira.
Ignacio Estivariz, vice-presidente de Banco Digital do Mercado Pago no Brasil, destacou a surpresa positiva com esses números. “Tivemos uma grande surpresa, que mostra o impacto da evolução da tecnologia, da agenda do Banco Central”, afirmou Estivariz durante a apresentação da pesquisa.
A pesquisa também revelou que a necessidade de realizar ou receber pagamentos via Pix é uma forte motivação para a abertura de contas bancárias, especialmente entre aqueles com menor inclusão financeira, como vendedores ambulantes. Além disso, a necessidade de receber salários continua sendo uma razão principal para a abertura de contas.
A pesquisa, intitulada “Da Cédula ao Drex: a evolução do real em 30 anos”, também abordou a percepção dos brasileiros sobre o Plano Real. Implementado em 1994, o Plano Real foi um marco na estabilização econômica do Brasil. A pesquisa revelou que 38% das pessoas lembram da mudança para o real, 30% ouviram falar, mas não lembram, e 32% não têm lembrança do evento.
Desde a implementação do Plano Real, 77% dos brasileiros afirmam que tiveram mais acesso a serviços e produtos financeiros. No entanto, a inclusão financeira ainda não é universal. Um em cada três brasileiros ainda se sente excluído do sistema financeiro, enquanto 66% se consideram incluídos.
Quando se trata de investimentos, a pesquisa mostrou que 37% dos brasileiros fazem algum tipo de aplicação financeira. Em contrapartida, 67% não investem, e a principal justificativa é a falta de recursos financeiros para tal. Esse dado ressalta a necessidade de políticas públicas que promovam a educação financeira e a acessibilidade a investimentos para todas as camadas da população.