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Pianista brasileiro Tenorinho, desaparecido em Buenos Aires, tem corpo encontrado

Pianista brasileiro desaparecido em 1976 é identificado quase meio século depois; corpo de Tenorinho foi localizado em cemitério na Argentina.

Após 49 anos de incerteza, a identidade do corpo do pianista brasileiro Francisco Tenório Cerqueira Júnior, conhecido como Tenorinho, foi confirmada em Buenos Aires. O músico desapareceu na capital argentina em março de 1976, durante os dias que antecederam o golpe militar no país. A confirmação veio neste sábado (13), por meio da embaixada do Brasil, que informou que exames de impressões digitais identificaram os restos mortais encontrados em um cemitério da cidade.

Francisco Tenório Júnior tinha 34 anos e acompanhava Vinicius de Moraes, Toquinho, Mutinho e Azeitona em turnê pela Argentina e pelo Uruguai. Na noite de 18 de março de 1976, após um show no centro de Buenos Aires, retornou ao hotel Normandie e saiu para comprar cigarros. Nunca mais foi visto.

O desaparecimento ocorreu em meio à repressão das ditaduras militares do Cone Sul, marcadas por sequestros, torturas e execuções. Investigações posteriores apontaram que Tenorinho foi confundido com militantes políticos, capturado e levado à Escola Superior de Mecânica da Armada (Esma), o maior centro clandestino de detenção e tortura da ditadura argentina, por onde passaram mais de 5 mil presos. O pianista teria sido executado com um tiro na cabeça e enterrado como indigente no cemitério de Benavídez.

A confirmação da identidade foi comunicada aos familiares pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, no Brasil, e pelo procurador federal Ivan Marx. A embaixada brasileira destacou o papel da Justiça argentina no processo: “Nos últimos dias, graças ao trabalho da Justiça Argentina na busca da verdade sobre os desaparecidos, foi possível saber que o corpo de um homem encontrado em Don Torquato, em 20 de março de 1976, dois dias após o desaparecimento, era Tenorinho. A Embaixada do Brasil em Buenos Aires agradece à Câmara Federal de Recurso e à Procuradoria de Crimes de Lesa Humanidade pelos esforços dedicados à resolução deste importante caso e à busca de Memória, Verdade e Justiça”, disse a nota.

Pianista brasileiro desaparecido em 1976 é identificado quase meio século depois; corpo de Tenorinho foi localizado em cemitério na Argentina.
Foto: Reprodução

O legado de Tenorinho permanece vivo na música. Pianista reconhecido por sua habilidade em mesclar bossa nova e jazz, lançou em 1964, pela gravadora RGE, o disco Embalo, considerado uma obra-prima do samba-jazz e referência na música instrumental brasileira. Sua carreira, interrompida de forma trágica, deixou uma marca profunda na história cultural do país.

A história de seu desaparecimento ganhou destaque internacional no documentário animado Atiraram no Pianista, dirigido por Fernando Trueba. O filme reúne depoimentos de Chico Buarque, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Toquinho e outros nomes importantes da música. A produção conquistou o Prêmio Goya de melhor animação em 2024 e foi indicada ao Oscar na mesma categoria.

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Com a identificação oficial, familiares, amigos e admiradores do músico recebem, quase meio século depois, uma resposta para um mistério que simboliza as feridas abertas pelas ditaduras da América do Sul e a luta permanente por memória, verdade e justiça.

Veja o trailer de “Atiraram no Pianista”

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