Pastor João Nicolau morreu ao voltar de ação voluntária em área devastada por tornado; comunidade lamenta perda e destaca legado de serviço.
O pastor João Nicolau Gonçalves, de 45 anos, morreu na sexta-feira (14) em um acidente na BR-277, em Palmeira, nos Campos Gerais do Paraná. O religioso retornava de uma ação voluntária em Rio Bonito do Iguaçu, município devastado por um tornado em 7 de novembro. O acidente ocorreu por volta das 11h50, no quilômetro 197 da rodovia, que chegou a ser totalmente interditada para atendimento da ocorrência.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o carro conduzido pelo pastor foi atingido na lateral após dois veículos se envolverem em uma colisão frontal. Ele estava sozinho no automóvel e morreu no local. Nos outros veículos envolvidos, três pessoas ficaram feridas: um homem de 72 anos sofreu lesões leves e duas mulheres, de 64 e 69 anos, tiveram ferimentos graves, sendo encaminhadas para unidades de saúde de Palmeira. O terceiro motorista, de 27 anos, não se feriu e teve resultado negativo no teste de alcoolemia.
Natural de Joinville, João Nicolau atuava na Igreja Adventista desde 2004, quando iniciou sua trajetória ministerial em Florianópolis. Trabalhou também em Xanxerê, Indaial e no bairro Boehmerwald, em Joinville. Em 2013, assumiu o Ministério de Missão Global na Associação Norte Catarinense e, mais tarde, passou a atuar como líder associado do Ministério Pessoal. A partir de 2016, tornou-se evangelista na Associação Sul Catarinense, onde em 2017 passou a dirigir o Ministério Pessoal e a Escola Sabatina.
Em março de 2025, iniciou um novo ciclo profissional no Paraná, onde liderava os departamentos de Ministério Pessoal, Escola Sabatina e Ação Solidária Adventista (ASA). Também desenvolvia atividades junto à Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), participando da reconstrução de moradias atingidas pelo tornado em Rio Bonito do Iguaçu. Nas redes sociais, o pastor registrou parte das ações humanitárias realizadas nos dias anteriores ao acidente.
O corpo foi velado no Colégio Adventista de Saguaçu, em Joinville, e sepultado no Cemitério Nossa Senhora de Fátima no sábado (15). João deixa esposa e duas filhas.
A seguir, a nota oficial divulgada pela Associação Central Paranaense da Igreja Adventista do Sétimo Dia, mantida na íntegra:

Nota oficial
A Associação Central Paranaense (ACP) da Igreja Adventista do Sétimo Dia cumpre o doloroso dever de comunicar o falecimento do pastor João Nicolau Gonçalves aos 45 anos, ocorrido no final da manhã desta sexta-feira, 14 de novembro de 2025, em um acidente de trânsito na BR-277.
Natural de Joinville (SC), pastor João Nicolau servia com excelência e paixão como líder dos departamentos de Ministério Pessoal, Escola Sabatina e Ação Solidária Adventista (ASA) na sede administrativa da Igreja Adventista na região central do Paraná.
Ele retornava de uma nobre missão liderando o serviço voluntário em Rio Bonito do Iguaçu, onde se dedicava à reconstrução das casas atingidas pelo recente tornado. Seu último ato em vida reflete o puro espírito de abnegação e serviço ao próximo, que sempre caracterizou seu ministério. Neste momento de profunda consternação, a Associação Central Paranaense se une em oração à sua esposa e às duas filhas, bem como a todos os familiares, amigos e membros da igreja, rogando a Deus que conceda o conforto necessário.
Reafirmamos nossa inabalável fé na promessa da Palavra de Deus e na bendita esperança do reencontro. O legado de serviço, dedicação e fidelidade do pastor João Nicolau permanecerá gravado em nossa história e em nossos corações.
Curitiba, 14 de novembro de 2025
Associação Central Paranaense da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Um pouco sobre a ADRA
A participação do pastor João Nicolau em Rio Bonito do Iguaçu estava diretamente ligada às ações da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), braço humanitário da Igreja Adventista do Sétimo Dia e uma das maiores organizações de resposta a emergências do mundo. Após o tornado que devastou o município em 7 de novembro, destruindo moradias, desabrigando famílias e comprometendo estruturas essenciais, a ADRA coordenou uma força-tarefa para atender as comunidades mais atingidas.
João integrou a linha de frente dessa mobilização, ajudando a mapear as áreas mais afetadas, organizar equipes de voluntários e planejar a distribuição de alimentos, kits de higiene, roupas, água e materiais de construção. Além disso, atuava na formação de mutirões de reconstrução de casas e no apoio emocional às famílias que perderam tudo. Sua presença constante nas comunidades refletia tanto o compromisso pessoal com o serviço ao próximo quanto a missão da ADRA de garantir assistência rápida, prática e humanitária em situações de calamidade.
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