Um impasse entre o governo do Canadá e o parque aquático Marineland, localizado nas Cataratas do Niágara, colocou em risco a vida de 30 baleias-beluga. A direção do parque afirmou que pode ser obrigada a sacrificar os animais se não receber ajuda financeira imediata do governo federal.
A ameaça foi feita após o país negar o pedido do Marineland para transferir as belugas a um parque temático na cidade chinesa de Zhuhai. O governo canadense vetou o envio, alegando que os animais continuariam em condições de cativeiro e sendo usados para entretenimento — algo contrário às políticas nacionais de proteção animal.
Com a proibição da transferência, o Marineland pediu fundos de emergência para manter os cuidados básicos com as baleias, mas o pedido foi rejeitado por ter sido considerado “inadequado”. A administração do parque afirmou que a decisão do governo criou uma “crise sem precedentes” e responsabilizou o veto pela possível eutanásia dos animais, segundo o New York Times.
A ministra canadense da Pesca, Joanna Thompson, defendeu a decisão e declarou que a falta de recursos do parque não justifica repassar a responsabilidade financeira ao Estado. Segundo ela, o bem-estar das belugas deve ser garantido dentro dos parâmetros da lei, mas sem financiar atividades que envolvam exploração animal.
Histórico de maus-tratos e mortes
O Marineland é conhecido por abrigar o maior grupo de belugas em cativeiro do Canadá, mas também acumula um histórico preocupante. Em 2020, uma investigação do Serviço de Bem-Estar Animal revelou que 12 baleias haviam morrido no local em apenas dois anos. Desde 2019, estima-se que 20 belugas morreram nas instalações, sendo cinco apenas em 2024, de acordo com a agência Canadian Press.
Organizações de proteção animal voltaram a pressionar o governo para intervir e confiscar os animais, defendendo que as belugas sejam transferidas para santuários marinhos, onde poderiam receber cuidados adequados e viver em ambiente mais natural.
Um dilema ético e ambiental
O caso reacendeu o debate sobre a exploração de animais marinhos em parques temáticos e o papel do Estado em situações de falência de instituições privadas. Enquanto o Marineland diz estar sem condições de manter o grupo, ambientalistas
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