O avanço da tecnologia trouxe inúmeros benefícios para a sociedade, mas também abriu espaço para novas modalidades de crimes financeiros.
Diante desse cenário, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciaram a criação da Aliança Nacional de Combate a Fraudes Bancárias e Digitais. O objetivo é unir esforços entre o setor público e privado para enfrentar golpes financeiros que afetam milhões de brasileiros.
A Nova Estratégia Contra Golpes Financeiros
A parceria entre autoridades e instituições bancárias busca fortalecer a prevenção, detecção e resposta a fraudes. Para isso, foram criados três grupos de trabalho, cada um com uma função específica:
- Prevenção e Resposta: Desenvolvimento de estratégias para prevenir e detectar fraudes em tempo real, reduzindo o impacto sobre os clientes e instituições.
- Compartilhamento de Informações: Aprimoramento dos critérios e protocolos para troca de dados entre bancos e autoridades, garantindo mais agilidade nas investigações.
- Apoio às Vítimas: Criação de canais centralizados de denúncia e orientação para vítimas de golpes, facilitando o atendimento e recuperação de valores.
Essa iniciativa segue um acordo firmado entre o MJSP e a Febraban em agosto de 2024. Na época, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou a importância de modernizar as ações de combate ao crime digital:
“Cada vez mais, o crime está migrando do mundo físico para o virtual, e as forças de segurança precisam se adaptar a essa nova realidade. Essa parceria une a tecnologia do Ministério da Justiça e da Polícia Federal com as ferramentas do setor bancário para enfrentar esse fenômeno”, afirmou.
Fraudes Financeiras em Crescimento no Brasil
Os números confirmam a urgência dessa aliança. Dados de fevereiro de 2024 revelam que 36% dos brasileiros já foram vítimas de golpes financeiros ou tentativas de fraude. Entre os grupos mais afetados, idosos acima de 60 anos são os alvos preferenciais, devido à menor familiaridade com o ambiente digital.
Os golpes mais comuns incluem:
- Clonagem ou troca de cartão de crédito – 44% dos casos;
- Falsa central de atendimento para cartões – 32%;
- Falsos conhecidos pedindo dinheiro por WhatsApp – 31%.
Diante desse cenário, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, ressaltou que a colaboração entre bancos e governo permitirá cruzar dados estratégicos e aprimorar as investigações:
“A união de esforços dará ao poder público mais ferramentas para combater esses crimes, identificar organizações criminosas e desenvolver novas tecnologias de proteção e repressão”, declarou.
Embora ainda seja cedo para medir os impactos da aliança, especialistas avaliam que a iniciativa representa um passo essencial para a modernização do combate aos crimes digitais. O aprimoramento do compartilhamento de informações entre bancos e autoridades pode facilitar a identificação e a punição dos criminosos.
Além disso, a criação de canais específicos para o atendimento das vítimas pode reduzir a subnotificação de golpes, permitindo um mapeamento mais preciso das fraudes mais recorrentes.
Duração e Expectativas para o Programa
A Aliança Nacional de Combate a Fraudes Bancárias e Digitais terá vigência inicial de 24 meses, podendo ser renovada por mais 12 meses a cada período, com um limite máximo de cinco anos.
Com essa medida, o governo e o setor bancário esperam oferecer mais segurança aos brasileiros, reduzindo o número de vítimas de fraudes e fortalecendo a integridade do sistema financeiro digital.