Nos últimos anos, o Paraná tem enfrentado uma série de desafios climáticos e de saúde pública que demandaram respostas rápidas e eficazes. Para fortalecer sua capacidade de atuação em situações de emergência, a Defesa Civil do Paraná investiu cerca de R$ 55 milhões desde 2021, quando passou a operar com orçamento próprio.
Esses recursos foram direcionados à aquisição de novos equipamentos e ao desenvolvimento de sistemas de monitoramento, visando aprimorar tanto as ações de resposta quanto as ações preventivas em todo o estado.
Neste artigo, exploramos os investimentos feitos pela Defesa Civil do Paraná, analisando como esses recursos têm sido aplicados para melhorar a infraestrutura e a capacidade de resposta das prefeituras em momentos de crise. Além disso, discutimos a importância desses investimentos diante do aumento de desastres naturais e outras emergências que afetam diretamente a vida de milhões de paranaenses.
Desde 2021, a Defesa Civil do Paraná tem feito investimentos significativos para garantir que os municípios do estado estejam melhor preparados para enfrentar situações extremas. Entre as aquisições estão 33 caminhões, uma viatura de intervenção imediata para apoio em ações de combate a incêndios, 114 carros, 391 motosserras, 71 almofadas pneumáticas, 57 desencarceradores e 50 kits de atendimento emergencial. Esses equipamentos foram distribuídos de acordo com as necessidades específicas de cada município, reforçando a capacidade de resposta local em situações de emergência.
Esses materiais são cruciais tanto para as ações de resposta imediata quanto para as ações preventivas, permitindo que as Defesas Civis municipais realizem verificações em áreas de risco e mantenham um monitoramento constante das condições que possam evoluir para desastres. A distribuição desses recursos foi planejada para garantir que até as regiões mais remotas e vulneráveis do estado tenham condições adequadas para enfrentar crises.
Um dos grandes destaques do investimento da Defesa Civil do Paraná para este ano é a contratação de um Sistema de Monitoramento de Apoio ao Alerta de Desastre, com um investimento de R$ 4,9 milhões. Esse sistema é resultado de uma parceria entre o Instituto Água e Terra (IAT) e o Banco Mundial, como parte do projeto Paraná Eficiente. O novo sistema vai melhorar as ferramentas de alerta já existentes, permitindo uma interpretação e integração mais precisa dos dados meteorológicos e hidrológicos, essenciais para a tomada de decisões antecipadas.
Além disso, a Defesa Civil planeja a aquisição de estações telemétricas hidrológicas, que vão expandir a rede observacional do estado, proporcionando uma coleta de dados mais ampla e detalhada. Com esses avanços, o Paraná se coloca na vanguarda da prevenção de desastres no Brasil, utilizando tecnologia de ponta para proteger a população de eventos climáticos extremos.
Nos últimos 30 meses, o Paraná vivenciou uma série de eventos extremos que resultaram na decretação de 433 situações de emergência ou calamidade pública em 260 municípios, afetando mais de um milhão de pessoas. As principais causas desses decretos foram a estiagem severa, que motivou 100 decretos, e as enxurradas, responsáveis por 90 situações de emergência. Além disso, a dengue, intensificada pelas condições climáticas favoráveis ao mosquito transmissor, levou à publicação de 72 decretos por doenças infecciosas.
Esses números demonstram a crescente frequência e intensidade dos desastres naturais e de saúde pública no estado, reforçando a necessidade de uma Defesa Civil bem equipada e preparada para agir rapidamente. O fenômeno El Niño, que trouxe temperaturas mais altas em 2024, agravou ainda mais a situação, exigindo respostas rápidas e coordenadas para minimizar os impactos na população.
A atuação da Defesa Civil do Paraná não se limita à compra de equipamentos e à implementação de sistemas de monitoramento. A instituição também trabalha em estreita parceria com outras secretarias, prefeituras e o governo federal, buscando soluções integradas para reduzir o impacto dos desastres no estado. Um exemplo dessa cooperação é o Fundo Estadual para Calamidades Públicas (Fecap), criado em 2022, que destinou R$ 34 milhões para 83 cidades que decretaram situação de emergência devido a chuvas intensas.
Além disso, em 2023, o governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou um protocolo de intenções para a contratação de um anteprojeto visando a contenção de cheias na região de União da Vitória. Serão investidos R$ 5,2 milhões nessa primeira etapa, que inclui estudos técnicos para definir as melhores intervenções, como a construção de túneis, canais extravasores e diques, para mitigar os impactos das enchentes na região.
A revitalização da Orla de Matinhos, com obras de micro e macrodrenagem realizadas pelo IAT, é outro exemplo de como a infraestrutura pode ser adaptada para reduzir os riscos de alagamentos. Essas intervenções refletem o compromisso do governo estadual em não apenas responder a desastres, mas também em prevenir que eles causem danos significativos.
A preparação das comunidades para enfrentar desastres é uma das prioridades da Defesa Civil do Paraná. Além de equipar as prefeituras, a instituição tem investido na capacitação de profissionais e na elaboração de planos de contingência em parceria com os municípios. Esses planos são fundamentais para garantir uma resposta eficaz em momentos de crise, permitindo que as autoridades locais e estaduais ajam de forma coordenada e eficiente.
O monitoramento constante e o mapeamento das áreas de risco também são atividades essenciais realizadas pela Defesa Civil. A comunicação rápida com a população, através de alertas e orientações sobre como agir antes, durante e depois de um desastre, é outro ponto crucial para minimizar os impactos dessas situações. Programas educativos e campanhas de conscientização são realizados regularmente para garantir que a população esteja preparada e saiba como se proteger.
Um dos desafios enfrentados pela Defesa Civil em momentos de crise é a logística de distribuição de recursos e materiais de ajuda. Para melhorar essa capacidade, em 2022, o Tribunal Regional do Trabalho cedeu à Defesa Civil um barracão em Curitiba, que agora serve como centro logístico para armazenamento de grandes volumes de doações e reservas de material. Com essa estrutura, a Defesa Civil pode responder de forma mais rápida e eficiente, garantindo que a ajuda chegue a quem precisa no menor tempo possível.
Essa melhoria na capacidade logística é essencial para a resposta a desastres, especialmente em situações onde o tempo é um fator crítico, como inundações, tempestades e crises de saúde pública. A economia gerada por essa centralização, estimada em mais de R$ 500 mil anuais, também reflete a eficiência da gestão dos recursos públicos.