Com exportações que ultrapassam US$ 13 bilhões, Paraná supera países como Japão, Suécia e Coreia do Sul e assume posição de destaque no comércio mundial de alimentos
O Paraná está colhendo os frutos de décadas de investimento em sua vocação natural: o agronegócio. Com uma agroindústria robusta, diversificada e reconhecida pela excelência, o Estado está fazendo barulho no cenário internacional.
Em 2023, exportou impressionantes US$ 13,5 bilhões em alimentos e bebidas, um valor que o colocaria na 29ª posição entre os maiores exportadores do setor no mundo, caso fosse uma nação independente. E mais: à frente de países economicamente relevantes como Japão, Coreia do Sul, Suécia, Portugal, África do Sul e Indonésia.
Esse desempenho chama ainda mais atenção quando se considera o tamanho populacional de alguns desses países. A Indonésia, por exemplo, com mais de 280 milhões de habitantes, exportou menos alimentos que o Paraná. E a lista é longa: Grécia, Suíça, Egito, Malásia, Colômbia, Marrocos… todos atrás do Estado na balança comercial do setor alimentício.
Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, compilados pelo TradeMap e organizados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Os números comprovam o que o agronegócio brasileiro já sabia: o Paraná é um verdadeiro colosso agrícola e agroindustrial.
Grãos, carnes e valor agregado
A principal engrenagem desse motor econômico está nos grãos. Só soja e milho representaram mais de 44% das vendas externas do Estado no ano passado, totalizando cerca de US$ 6 bilhões. Esse domínio é resultado de um ambiente agrícola fértil, da força das cooperativas e da aposta na industrialização da produção, com foco em agregar valor.
E o resultado desse movimento já aparece nos indicadores econômicos. Desde 2019, o Valor Bruto da Produção (VBP) de óleos e gorduras vegetais, por exemplo, mais que dobrou, saltando de R$ 14,9 bilhões para R$ 30,5 bilhões. Isso reflete não apenas volume, mas sofisticação na cadeia produtiva.
Outro pilar do desempenho paranaense está nas proteínas animais. Em 2023, o Estado exportou US$ 4,1 bilhões em carnes. Líder nacional na produção de frangos e segundo maior produtor de suínos do país, o Paraná vem ampliando mercados. O mais recente? O Chile, que reconheceu o território como zona livre de febre aftosa sem vacinação, abrindo portas para novos negócios no segmento suinícola.
Comparativo global que impressiona
Se considerarmos apenas cinco categorias — carnes de aves, carne suína, soja, milho e açúcar —, o Paraná se posiciona como o terceiro maior exportador mundial desses produtos, com US$ 11,4 bilhões. Fica atrás apenas de gigantes como o Brasil (US$ 81,6 bilhões) e os Estados Unidos (US$ 50,6 bilhões), mas à frente de potências exportadoras como Argentina, Ucrânia e Espanha.
Para se ter uma ideia, o desempenho paranaense é quase o dobro do registrado por países como Paquistão, Colômbia, Lituânia e Irã. E isso sem sair da lógica de um Estado que, sozinho, já exporta mais alimentos que diversas nações com economias consolidadas.
Um Estado que virou vitrine de investimentos
Todo esse sucesso não vem por acaso. Desde 2019, o Paraná se tornou um dos destinos preferidos dos investimentos privados no Brasil, atraindo mais de R$ 300 bilhões em aportes destinados à instalação de novas fábricas, modernização de parques industriais e expansão de empresas em diferentes setores. Esse ambiente de negócios moderno e competitivo tem impulsionado a confiança do setor produtivo.
E os resultados não param por aí. O Produto Interno Bruto (PIB) estadual praticamente dobrou em apenas seis anos, saltando de R$ 440 bilhões em 2018 para R$ 718,9 bilhões em 2024. Esse crescimento alçou o Paraná à quarta posição entre as maiores economias do país, ultrapassando o Rio Grande do Sul.
No reflexo desse avanço econômico, o mercado de trabalho também ganhou tração. Em 2024, o Estado registrou a menor taxa de desemprego de sua história: 3,3%. Para efeito de comparação, o índice é menor que o da Alemanha (3,4%), da Itália (5,8%) e até da França (7,6%).
Seja pelas estratégias públicas eficientes, seja pela força das cooperativas ou pela ousadia do empresariado, o Paraná está mostrando ao mundo como se faz. Exporta carne, grãos, óleos e bebidas — mas também exporta exemplo de gestão, competitividade e visão de futuro.
Num cenário onde as disputas por mercados internacionais estão cada vez mais acirradas, o Estado avança com os dois pés no acelerador, consolidando-se como um dos protagonistas da segurança alimentar global. A julgar pelo desempenho recente, o Paraná não está só no mapa: está no topo do jogo.
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