O Paraná atingiu em 2024 a sua maior participação histórica na produção de suínos do Brasil, conforme os mais recentes dados da Pesquisa Trimestral de Abate de Animais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com um aumento significativo de 79% na última década, o Estado consolidou-se como um dos maiores produtores do país, refletindo sua constante evolução no setor agropecuário. Esse crescimento expressivo não apenas fortalece a economia local, mas também aponta para novas perspectivas de geração de empregos e expansão de mercados internacionais.
O crescimento sustentável da suinocultura no Paraná
Em 2024, o Paraná abateu 12,4 milhões de porcos, o que corresponde a 21,5% de todos os abates realizados no Brasil. Esse número marca um avanço considerável em relação a 2014, quando a produção foi de 6,9 milhões de porcos.
O incremento de 79% na produção paranaense superou a média nacional, que registrou um crescimento de 55%. Esse ritmo de crescimento reflete um modelo sustentável e bem estruturado de produção que visa atender tanto o mercado interno quanto as exigências internacionais.
Participação proporcional e desafios regionais
Embora o Paraná tenha sido superado por Santa Catarina, que responde por 29,1% da produção nacional, a diferença entre os dois estados tem diminuído nos últimos anos. Entre 2023 e 2024, a participação paranaense subiu 0,7 ponto percentual, consolidando sua posição como o segundo maior produtor do Brasil. Esse crescimento é um reflexo da constante adaptação às demandas do mercado e da busca por inovação no setor agropecuário.
Além disso, o Paraná liderou o crescimento absoluto na produção de porcos e frangos no último ano, o que também impactou positivamente na geração de empregos formais. Só em 2023, foram criadas 4.060 vagas no setor de frigoríficos, com o Paraná sendo responsável por 67% das vagas geradas nesse segmento.
Políticas públicas de incentivo e a reconquista da sanidade animal
O sucesso da suinocultura paranaense é amplamente atribuído às políticas públicas de incentivo e à atuação eficaz do Governo do Estado. Em maio de 2021, o Paraná conquistou o reconhecimento internacional da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) como área livre de febre aftosa sem vacinação.
Esse status foi um marco para a credibilidade do estado, permitindo-lhe abrir portas para novos mercados consumidores, ao mesmo tempo em que garantiu a sanidade do rebanho e a rastreabilidade da produção.
Na edição de 2024 do Show Rural Coopavel, em Cascavel, o presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins, destacou o compromisso contínuo do governo estadual com a biosseguridade, enfatizando que “o mundo não compra produtos, compra sanidade”.
O fortalecimento das práticas de biossegurança tem sido um fator crucial para o sucesso nas exportações, especialmente no que se refere à suinocultura e avicultura.
Inovação e parcerias estratégicas
Outro avanço significativo foi o anúncio de um acordo de cooperação técnica entre o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e a Biogenesis Bagó, uma empresa argentina. Essa parceria visa criar um banco nacional de antígenos e vacinas contra febre aftosa, antecipando-se a possíveis surtos e fortalecendo ainda mais a proteção da cadeia produtiva.
O vice-governador Darci Piana sublinhou a importância dessa iniciativa para garantir o crescimento contínuo da pecuária no Paraná, não só para o mercado local, mas também para os mercados internacionais.
O impacto do crescimento na produção de proteínas
Além da suinocultura, o Paraná também se destacou em 2024 na produção de frangos e outros produtos de origem animal. O Estado se manteve como líder nacional na produção de frangos, representando 34,2% da produção brasileira.
O crescimento de 2,47% no abate de frangos em relação ao ano anterior é mais um reflexo da força da agropecuária paranaense, que continua a se expandir, não apenas na produção de carne suína, mas também na avicultura e na bovinocultura.
Leia também: