O vice-governador do Paraná, Darci Piana, reuniu-se nesta terça-feira (3) com representantes da Satarem America Inc., empresa de origem norte-americana especializada em engenharia industrial e soluções sustentáveis.
No encontro, foi apresentado o projeto para instalar uma fábrica de combustível sustentável de aviação (SAF) em Maringá. O investimento estimado é de US$ 425 milhões, cerca de R$ 2,3 bilhões, e o etanol será a matéria-prima inicial.
A iniciativa deverá gerar 800 empregos diretos e outros 2 mil a 3 mil indiretos, além de atender à meta global de redução de emissões de gases de efeito estufa até 2050, definida pelo Acordo de Paris.
Segundo a Satarem, o SAF vai compor até 71% do combustível usado pelas empresas aéreas para atingir essa meta. O vice-governador ressaltou que o investimento vai movimentar a economia de Maringá e da região.
O CEO da Satarem America Inc., Jerome Friler, explicou que parte dos estudos técnicos já foi realizada e o próximo passo é a compra do terreno, localizado entre Maringá e Sarandi. O financiamento e a documentação devem ser finalizados até meados de 2026.
Após essa fase, a construção começará e a produção do primeiro litro de SAF está prevista para dezembro de 2028. Friler também destacou o compromisso da empresa com a igualdade de gênero e a participação de jovens, com metade da equipe formada por mulheres e 30% por jovens.
A produção inicial será voltada para exportação, mas a empresa também pretende abastecer parte da aviação local. Existe ainda a possibilidade de construir uma segunda unidade, o que aumentará a produção e a demanda por matérias-primas regionais, como o biogás gerado por atividades pecuárias.
O secretário de Indústria, Comércio e Serviços, Marco Brasil, afirmou que o projeto reforça o compromisso do Paraná com fontes de energia limpa e renovável. Ele atribuiu o momento favorável do estado à boa gestão e à receptividade aos novos negócios.
Júlio Gabardo, representante da Satarem Brasil, explicou que a escolha do Paraná se deveu à logística, à proximidade de portos e ao foco do estado no agronegócio.
Segundo ele, a cadeia de fornecedores é grande e o uso de CO2 de origem biológica, proveniente de resíduos agrícolas e industriais, é essencial. Outro fator importante foi a política estadual que concede incentivos como a isenção de ICMS para toda a cadeia produtiva.
O governo estadual tem dado atenção ao desenvolvimento de combustíveis sustentáveis. O Decreto nº 9.817, assinado em maio pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, garante isenção de ICMS para aquisições de bens destinados à produção de SAF, biometano, biogás, metanol e CO2, consolidando o Paraná como polo de energia renovável.
Na área rural, o programa Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR), executado pelo IDR-Paraná, incentiva produtores a gerar energia ou combustível a partir de resíduos da atividade agropecuária.
Além disso, o Banco do Agricultor Paranaense oferece subsídios para os juros de financiamentos que apoiam projetos de energia limpa.
Também participaram do encontro Julio Bueno Neto, gerente de Mercados e Novos Negócios da Invest Paraná; Anna Paula Muller, diretora de Novos Negócios e Relações Institucionais da Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços; e representantes da Satarem Brasil, como Enio Ferreira de Lima, Carlos Sherman Palmer e Carlos Ribas Fontana.
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