Paraná encerra safra de cevada com alta

A colheita da cevada da safra de inverno 2023/24 no Paraná foi concluída, trazendo números que refletem tanto avanços quanto desafios enfrentados pelos produtores. Apesar de uma área menor plantada em relação à safra anterior, a produção chegou a 286 mil toneladas, um aumento de 8% em comparação com o ciclo de 2022/23.

No entanto, a estimativa inicial de 340 mil toneladas não foi alcançada devido às condições climáticas adversas durante o desenvolvimento das plantas.

image 190

A qualidade da cevada, no entanto, é um ponto positivo desta safra. Especialistas apontam que uma fração maior do cereal está apta para a fabricação de malte, produto essencial para a indústria cervejeira.

O Paraná cultivou cevada em 78 mil hectares na safra de inverno 2023/24, uma redução de 7% em relação aos 83,5 mil hectares plantados no ciclo anterior. Apesar disso, o volume colhido superou o do ano passado, com 286 mil toneladas registradas.

Embora o clima tenha favorecido a colheita na última semana, as condições durante o desenvolvimento das plantas foram desafiadoras. A estiagem afetou significativamente as lavouras em algumas regiões, como Ponta Grossa, que registrou área de plantio maior, mas não conseguiu superar a produção de Guarapuava. Esta última manteve sua posição como principal produtora do estado, com 124 mil toneladas.

Carlos Hugo Godinho, analista do Departamento de Economia Rural (Deral), destacou que, apesar das dificuldades, a qualidade do produto colhido em 2023/24 é superior à da safra anterior. Isso significa que uma parcela maior será destinada à fabricação de malte, reduzindo a dependência de importações e fortalecendo o setor cervejeiro.

image 191

A qualidade da cevada é um dos principais fatores que determinam seu destino. Na safra anterior, 30% do cereal colhido no Paraná foi destinado à ração animal devido às chuvas excessivas, que prejudicaram o padrão exigido pela indústria de malte. Este ano, os primeiros indicadores mostram um cenário mais favorável.

Até outubro de 2023, o Brasil importou 363 mil toneladas de cevada, um aumento expressivo em relação às 165 mil toneladas importadas em 2022. Com uma qualidade superior na produção nacional, espera-se que a demanda por importação seja reduzida nos próximos ciclos.

A batata é a primeira cultura de verão colhida no Paraná. Em 2024/25, foram plantados 16,6 mil hectares, e a expectativa é de uma produção 34% superior à da safra anterior, totalizando 527,9 mil toneladas.

Os preços no atacado caíram 34,6% na última semana, com a saca de 25 quilos cotada a R$ 85,00. No varejo, no entanto, os preços subiram em outubro, atingindo R$ 6,40 por quilo. A tendência é de queda nos valores com o avanço da colheita, segundo Paulo Andrade, engenheiro agrônomo do Deral.

O complexo soja do Paraná registrou crescimento de 11,7% nas exportações entre janeiro e outubro de 2024, totalizando 15,1 milhões de toneladas. A safra atual apresenta perspectivas de boa produção, com mais de 22 milhões de toneladas esperadas, enquanto o plantio de 5,8 milhões de hectares está quase finalizado.

image 192

O preço do leite produzido no Paraná alcançou média de R$ 2,87 por litro em outubro, o maior valor do ano. No entanto, o consumidor enfrenta um aumento de 35% no preço do leite longa vida, que passou de R$ 3,94 para R$ 5,34 em relação ao mesmo período de 2023.

O Paraná registrou recorde na exportação de carne suína em outubro, com 20,5 mil toneladas vendidas e receita de US$ 50,9 milhões. Hong Kong reassumiu a liderança nas compras, seguido pelo Vietnã e Filipinas.

A safra de cevada 2023/24 reflete os desafios e avanços enfrentados pelo setor agrícola paranaense. Embora o clima tenha limitado a produção, a qualidade superior do cereal destaca a resiliência dos produtores e a eficiência das práticas agrícolas adotadas.

Com a crescente demanda por cevada de alta qualidade, é essencial investir em tecnologias agrícolas que reduzam os impactos climáticos e melhorem a produtividade. A colaboração entre produtores, pesquisadores e a indústria também desempenhará um papel crucial na consolidação do Paraná como referência na produção de cevada para malte.