Projetos no Paraná propõem placas informativas e ampliação da rede de trombólise para salvar vidas em casos de AVC.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC), uma das principais causas de mortes e incapacidades no mundo, foi tema de debate nesta terça-feira (28) no Plenário da Assembleia Legislativa do Paraná. A mesa-redonda “Dia de Combate ao AVC: Prevenção, Tratamento e Reabilitação”, proposta pelo deputado Ney Leprevost (União), reuniu médicos, gestores de saúde e parlamentares para discutir medidas de prevenção, identificação e atendimento rápido a pacientes. O encontro fez referência ao Dia Mundial e ao Dia Nacional de Combate ao AVC, lembrados em 29 de outubro.
A deputada-secretária Márcia Huçulak (PSD), que conduziu o debate com a participação do deputado Dr. Leônidas (CDN), destacou o impacto das doenças cardiovasculares, especialmente aquelas relacionadas à hipertensão e ao diabetes, responsáveis por cerca de 85% dos casos. Segundo ela, campanhas de informação e incentivo à adoção de hábitos saudáveis podem reduzir significativamente óbitos e sequelas, reforçando a importância de discutir o tema no Parlamento.
Médicos alertaram para a necessidade de atendimento imediato quando surgem os primeiros sintomas, já que as quatro horas iniciais após o episódio são cruciais para evitar danos graves. A coordenadora do Serviço de Doenças Cerebrovasculares do Hospital de Clínicas da UFPR, Dra. Viviane Flumignan Zétola, ressaltou que o AVC é a segunda principal causa de morte no mundo e a maior de incapacidade permanente. Para ela, conscientizar a população sobre sinais como alterações repentinas na fala, visão, equilíbrio ou força muscular pode salvar vidas e reduzir a gravidade das sequelas.
Durante o evento, Ney Leprevost apresentou o Projeto de Lei 968/2025, que determina a instalação de placas e materiais informativos em locais públicos com orientações sobre sintomas e a necessidade de acionar imediatamente o SAMU pelo número 192. A proposta inclui cartazes, painéis digitais e outros suportes visuais.
O parlamentar também propôs o Projeto de Lei 967/2025, que estabelece diretrizes para a organização do atendimento a pessoas com AVC e infarto no Sistema Estadual de Saúde. A medida prevê o uso da telemedicina como suporte para diagnóstico e condutas clínicas em unidades de menor complexidade, ampliando a agilidade no atendimento.
A Secretaria de Estado da Saúde manifestou apoio às iniciativas e informou que trabalha para aumentar de sete para 11 os centros de referência no tratamento do AVC e instalar outras 34 unidades de trombólise distribuídas pelo Paraná. O tratamento consiste na aplicação de medicamentos que eliminam coágulos e restabelecem a circulação sanguínea no cérebro, reduzindo sequelas e risco de morte. Paranavaí já iniciou o modelo com resultados positivos, utilizando acompanhamento remoto de especialistas.
Entre as ações complementares, estudantes da rede pública estão sendo orientados a reconhecer sinais de AVC e a acionar corretamente o serviço de urgência, contribuindo para diminuir o tempo de atendimento. Para evitar trotes, são instruídos a informar que receberam orientação em sala de aula.
De acordo com o diretor-geral da Secretaria de Estado da Saúde, Dr. César Neves, estruturar a rede de trombólise no Paraná representa um avanço fundamental. Ele enfatiza que a rapidez na administração do medicamento após confirmação do AVC isquêmico pode definir o futuro do paciente entre sequelas graves ou a plena recuperação.

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