Soja avança no Paraná com expectativa de safra recorde

O agronegócio no Paraná continua a dar sinais de crescimento robusto, impulsionado por condições climáticas favoráveis e estratégias bem estruturadas de manejo agrícola.

O Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), divulgou em seu Boletim de Conjuntura Agropecuária que o plantio de soja no estado já atingiu 22% da área total prevista para a safra 2024/2025, totalizando 1,3 milhão de hectares semeados. Com um cenário promissor, a previsão de colheita foi mantida em impressionantes 22,4 milhões de toneladas.

A safra de soja no Paraná é uma das mais importantes do Brasil, não só pela quantidade produzida, mas também pela qualidade do grão colhido, que atende a mercados exigentes, tanto no cenário nacional quanto internacional. Com o avanço do plantio, o estado reforça sua posição de liderança no agronegócio e se prepara para uma safra que promete superar as expectativas.

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O Núcleo Regional de Toledo se destaca pelo adiantamento no plantio, com 85% dos 493 mil hectares previstos já semeados. A região é tradicionalmente uma das mais produtivas do estado, contando com infraestrutura adequada e condições ideais para o desenvolvimento das lavouras.

Enquanto isso, a região de Campo Mourão, que concentra a maior área de produção de soja do estado, com 714 mil hectares, já alcançou 40% do plantio. Essa região é de extrema importância para a agricultura paranaense, pois além de ser uma das maiores áreas de cultivo, possui uma rede de cooperativas agrícolas bem estruturadas, que contribuem para o suporte técnico e financeiro dos produtores.

De acordo com o Deral, 78% das lavouras estão na fase de germinação e 22% em desenvolvimento vegetativo, um cenário que indica uma boa saúde das plantas e expectativas positivas para o rendimento da colheita. As condições climáticas observadas até o momento, com chuvas regulares e temperaturas amenas, favoreceram o avanço das atividades e sustentam a projeção otimista de produção.

Outro destaque do boletim agropecuário é a produção de feijão no Paraná. Os produtores de feijão preto receberam uma média de R$ 306,88 por saca em setembro, valor 30% superior ao registrado em agosto, quando o preço médio foi de R$ 236,83. Esse aumento incentivou os agricultores a ampliar a área plantada na primeira safra, que já soma 138,5 mil hectares.

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Com mais da metade da área semeada e condições climáticas favoráveis, a previsão é de uma colheita de 266,8 mil toneladas, um aumento expressivo de 66% em comparação com as 160 mil toneladas colhidas no período entre novembro de 2023 e fevereiro de 2024. O feijão é uma cultura de grande relevância econômica e social para o Paraná, e a valorização do preço deve estimular ainda mais os produtores locais.

O Paraná também se destaca na produção de gramados, gerando uma renda bruta de R$ 158,3 milhões em 17,7 milhões de metros quadrados cultivados. Essa atividade representa 63,4% dos R$ 249,6 milhões do Valor Bruto da Produção (VBP) da floricultura em 2023.

O Núcleo Regional de Maringá lidera a produção, com 30,1% do total, seguido por Curitiba, com 29,3%. Entre os municípios, São José dos Pinhais e Marialva se destacam como os principais produtores. São José dos Pinhais registrou uma área plantada de 3,9 milhões de metros quadrados e um valor de produção de R$ 34,4 milhões no ano passado, enquanto Marialva ficou logo atrás, com 3,6 milhões de metros quadrados e R$ 32,4 milhões.

A suinocultura paranaense é outro segmento que tem se mantido em destaque. De acordo com dados da Pesquisa Trimestral de Abate do IBGE e do Agrostat/Mapa, o Paraná foi o principal fornecedor de carne suína para o mercado interno no primeiro semestre deste ano, com um volume de 486 mil toneladas comercializadas no Brasil. Isso representa aproximadamente 86% do total produzido no estado, evidenciando a forte presença da produção paranaense no mercado nacional.

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Desde 2018, o Paraná lidera a produção de carne suína no Brasil, com destaque para a proximidade com grandes centros consumidores, o que facilita a logística e a comercialização do produto. Santa Catarina ocupa a segunda colocação, com 457 mil toneladas comercializadas no primeiro semestre de 2024, seguida pelo Rio Grande do Sul, com 328 mil toneladas.

No setor apícola, o Paraná também vem se consolidando como um importante exportador de mel in natura. Nos primeiros oito meses de 2024, as empresas nacionais exportaram 24.240 toneladas, um crescimento de 27% em relação às 19.085 toneladas exportadas no mesmo período de 2023.

O Paraná ocupa a quarta posição no ranking nacional, com 2.415 toneladas exportadas e um faturamento de US$ 6,1 milhões. No ano anterior, o estado havia exportado 1.084 toneladas, com receita de US$ 3,2 milhões. Esse crescimento expressivo reflete o investimento em qualidade e infraestrutura para atender a mercados externos exigentes. O estado do Piauí lidera as exportações de mel, com 7.794 toneladas exportadas e faturamento de US$ 19,3 milhões.

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De acordo com a Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) do IBGE, a produção de ovos no Brasil atingiu um novo recorde em 2023, com 4,995 bilhões de dúzias produzidas. São Paulo lidera a produção, com 1,1 bilhão de dúzias, seguido pelo Paraná, que ocupa a segunda posição desde 2011, quando superou Minas Gerais. Em 2023, o Paraná produziu 492,4 milhões de dúzias, reforçando seu protagonismo no setor avícola.

A produção de ovos no estado é impulsionada pelo desenvolvimento tecnológico e pelo aprimoramento das práticas de manejo e nutrição das aves, o que garante uma alta qualidade dos produtos e um rendimento superior às médias nacionais. Além de atender o mercado interno, os ovos paranaenses também são exportados para países da América Latina, ampliando a presença do estado no cenário internacional.

O desenvolvimento do agronegócio no Paraná é resultado de políticas públicas que incentivam a inovação, a sustentabilidade e a capacitação técnica dos produtores. Programas voltados à modernização do campo, como a introdução de tecnologias de precisão e a busca por certificações ambientais, têm permitido que o estado atinja patamares de produtividade cada vez maiores, com menor impacto ambiental.

Essas iniciativas fortalecem não apenas a produção agrícola e pecuária, mas também a economia como um todo, gerando emprego e renda para milhares de famílias e promovendo o desenvolvimento regional. O apoio a pequenos e médios produtores é outro ponto fundamental, garantindo que o crescimento do setor se dê de maneira inclusiva e sustentável.