O Paraná se prepara para inaugurar uma nova era na mobilidade urbana. O estado será o primeiro da América do Sul a implantar o Bonde Urbano Digital (BUD), tecnologia desenvolvida pela empresa chinesa CRRC Nanjing Puzhen que combina características do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e do BRT (Bus Rapid Transit).
Diferente do modelo tradicional sobre trilhos, o BUD circula sobre o asfalto guiado por sensores magnéticos de alta precisão, o que reduz significativamente os custos de implantação.
O sistema começará a operar em fase de testes entre os terminais de Pinhais e Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, em um trecho de cerca de 13 quilômetros que atende diariamente 10 mil passageiros. O investimento inicial do Governo do Estado nesta etapa é de aproximadamente R$ 6 milhões, com previsão de início das viagens em novembro.
Com 30 metros de comprimento, ar-condicionado, operação bidirecional e capacidade para até 280 passageiros, o veículo pode atingir velocidade de 70 km/h, superando os atuais ônibus biarticulados da RMC. Além disso, sua vida útil é estimada em 30 anos, três vezes mais que os modelos tradicionais. O BUD conta ainda com sensores, radares, vídeo, rastreamento automático e orientação autônoma, oferecendo maior segurança ao compartilhar a via com carros, motos e caminhões.
O sistema é 100% elétrico, movido por baterias de íons de lítio de 600 kWh, recarregadas por pantógrafos aéreos. Em apenas 30 segundos de carga, ganha autonomia de até cinco quilômetros; com carregamento completo, que leva 12 minutos, alcança 40 quilômetros de operação contínua. A tecnologia também está preparada para utilizar hidrogênio no futuro.
Segundo o governador Carlos Massa Ratinho Junior, o projeto marca um avanço histórico. “O Paraná buscou o que há de mais moderno no mundo em transporte coletivo. Esse sistema vai melhorar a vida da população e reforça nosso protagonismo em inovação e sustentabilidade”, afirmou.
O modelo já funciona em cidades da China e, recentemente, entrou em operação no México, na cidade de Campeche. Experiências semelhantes estão em andamento na Austrália.
O valor da passagem será o mesmo do sistema tradicional, R$ 5,50, e os ônibus que atendem atualmente o trecho continuarão circulando durante a fase de testes.






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