O Governo do Paraná está implementando uma ampla modernização no Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), com o objetivo de fortalecer a capacidade de monitoramento climático e resposta a desastres naturais.
Com investimento de R$ 3,7 milhões, repassados por meio da Secretaria da Inovação e Inteligência Artificial (SEIA), o projeto contempla a aquisição de novos equipamentos, ampliação da infraestrutura e aumento da capacidade de processamento de dados.
O convênio entre o Simepar e a SEIA foi firmado no final de 2024, com repasses realizados em fevereiro e julho deste ano. O secretário da SEIA, Alex Canziani, destacou que a iniciativa visa preparar o estado para responder com mais agilidade e precisão às mudanças climáticas, utilizando tecnologia de ponta para proteger a população e o meio ambiente.
A partir desse acordo, nasceu o projeto “Simepar Inovador”, dividido em duas frentes: a modernização das instalações físicas e a aquisição de equipamentos tecnológicos capazes de gerar dados ambientais mais precisos e com maior eficiência.
Entre os novos equipamentos adquiridos está um drone com sensor Lidar, ferramenta que utiliza mapeamento a laser para executar levantamentos topográficos em áreas de vegetação densa, além de realizar cálculos de volume de minério e estimativas de estoque de carbono. O drone será utilizado inicialmente em Prudentópolis, no Centro-Sul do estado, para a criação de um modelo digital de terreno com altíssima resolução, útil em estudos hidrodinâmicos e simulações de áreas de inundação.
A equipe técnica do Simepar passou por capacitação para operar esse novo equipamento, e outras aquisições estão em andamento. Estão previstas a compra de barcos motorizados, equipamentos para hidrometria, ferramentas de aerolevantamento e computadores de alto desempenho com capacidade para realizar simulações complexas e processar grandes volumes de dados. Esses investimentos visam tornar as análises mais precisas e acelerar a geração de informações estratégicas, essenciais em situações de emergência climática.
No espaço físico do Simepar, também estão sendo realizadas reformas para modernizar estruturas antigas, algumas com mais de três décadas de uso. A proposta inclui a criação de áreas que facilitem a integração do Simepar com outros órgãos do Governo do Estado, ampliando a capacidade de articulação institucional frente a eventos extremos.
A modernização tecnológica se soma a outras iniciativas como o Monitora Paraná e o Monitora Litoral, financiadas com recursos provenientes da indenização paga pela Petrobras após o vazamento de óleo no Rio Iguaçu, ocorrido em julho de 2000, na cidade de Araucária.
Nesta segunda-feira (21), o Governo do Estado publicou no Diário Oficial o edital de concorrência internacional para aquisição de três novos radares meteorológicos, com investimento estimado em US$ 6,8 milhões, o equivalente a R$ 38,4 milhões na cotação atual. Os equipamentos irão compor a estrutura do Monitora Paraná, ampliando significativamente a cobertura meteorológica no estado e consolidando o Paraná como referência nacional em monitoramento climático.
Na sequência, será lançado novo processo licitatório para aquisição de mais três radares, além de uma boia oceanográfica e da ampliação da rede de estações meteorológicas e hidrológicas, dentro do escopo do Monitora Litoral. Esses dispositivos terão papel fundamental no acompanhamento do nível dos rios e nas condições oceânicas, subsidiando as ações da Coordenadoria da Defesa Civil em casos de enchentes, alagamentos e ressacas. O investimento total entre os dois projetos — Monitora Paraná e Monitora Litoral — chega a aproximadamente R$ 70,4 milhões.
Para o diretor-presidente do Simepar, Paulo de Tarso, os novos investimentos representam um avanço significativo na capacidade do estado em prever, analisar e responder a fenômenos climáticos extremos. Segundo ele, a modernização oferece melhores condições de trabalho para os pesquisadores e técnicos, ao mesmo tempo em que aumenta a segurança da população paranaense diante de um cenário global cada vez mais afetado por eventos climáticos severos.

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