O Governo do Paraná autorizou a abertura de licitação para a aquisição de três novos radares meteorológicos com tecnologia de última geração.
O investimento previsto é de R$ 70,4 milhões, e o objetivo é modernizar o sistema estadual de monitoramento climático, tornando-o o mais completo do país.
Os novos radares serão do tipo Doppler com polarização dupla, utilizados nos sistemas meteorológicos mais avançados do mundo. Eles serão instalados nos municípios de Pontal do Paraná (Radar de banda X), Campo Magro (Radar de banda C) e Jandaia do Sul (Radar de banda S). Cada um foi escolhido de acordo com as características climáticas e geográficas da região.
Atualmente, o Simepar já opera com três radares: um de banda X em Curitiba e dois de banda S em Cascavel e Teixeira Soares, cobrindo um raio de até 480 km.
Com a nova configuração, a cobertura se tornará mais precisa e sobreposta, eliminando áreas de sombra nos mapas meteorológicos, especialmente em regiões montanhosas como a Serra do Mar.
O processo licitatório está sendo conduzido pelo Simepar em parceria com o Instituto Água e Terra (IAT), ambos vinculados à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável. Os recursos utilizados vêm de uma indenização paga pela Petrobras, referente ao vazamento de petróleo ocorrido no Rio Iguaçu, em Araucária, no ano 2000.
Segundo o governo, o reforço tecnológico permitirá mais eficiência na previsão de eventos como chuvas intensas, estiagens e tempestades com granizo. A proposta também está integrada ao sistema estadual de gestão de riscos, que reúne informações para a prevenção e resposta a desastres naturais.
Cada tipo de radar desempenhará um papel específico no sistema:
- Radar de banda S (Jandaia do Sul): Tem o maior alcance e resistência a condições climáticas adversas. Ideal para monitorar sistemas de tempestade que se formam em outros estados e avançam para o Paraná.
- Radar de banda C (Campo Magro): Equilibra alcance e resolução. Útil para acompanhar fenômenos de média escala e prever impactos regionais com menor interferência durante chuvas intensas.
- Radar de banda X (Pontal do Paraná): Alta resolução para detectar eventos localizados, como formações de nuvens no litoral. Essencial para o monitoramento em tempo real da faixa costeira.
Os dados gerados vão contribuir diretamente para a tomada de decisão no campo, com reflexos importantes para os produtores rurais. A previsão climática mais precisa ajuda na gestão da irrigação, no planejamento da safra e na redução de perdas agrícolas. A expectativa é que os radares também deem suporte ao Programa Estadual de Irrigação, que tem como meta ampliar em 20% a área irrigada no estado.
As empresas interessadas em participar da licitação deverão cumprir exigências técnicas rigorosas, incluindo a instalação das torres em locais livres de interferência e a proteção das antenas com estruturas específicas.
Além do projeto Monitora Paraná, os recursos da indenização da Petrobras — que somam cerca de R$ 1,2 bilhão com correções — estão sendo destinados a diferentes ações ambientais em todo o estado. Parte já foi aplicada em equipamentos para combate a incêndios, abastecimento de água e limpeza urbana. O restante será distribuído em programas de preservação de mananciais, encostas e unidades de conservação, além de projetos de educação ambiental e manejo de resíduos sólidos.
O valor total está sendo gerido em parceria com o Ministério Público e a Justiça Federal, que autorizaram o uso de R$ 586 milhões em ações de recuperação ambiental. Parte do montante é reservada para iniciativas em Araucária e na bacia do Alto Iguaçu, diretamente afetadas pelo derramamento de óleo em 2000.
Com essa estrutura tecnológica integrada, o Paraná se prepara para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas com mais eficiência e segurança, protegendo vidas, reduzindo prejuízos e promovendo desenvolvimento sustentável com base em dados confiáveis e em tempo real.
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