O Governo do Paraná mantém diversas ações para enfrentar os impactos causados pela seca, um fenômeno intensificado pelas mudanças climáticas.
Entre as principais iniciativas estão a perfuração de poços, outorgas para uso da água, projetos de irrigação, proteção de nascentes e incentivos ao uso sustentável dos recursos hídricos.
Na segunda-feira (16), foi celebrado o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, criado pela ONU para alertar sobre os efeitos da escassez de água e incentivar medidas de prevenção e adaptação. No Paraná, as ações são coordenadas por órgãos como a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), o Instituto Água e Terra (IAT) e o Simepar.
O IAT é responsável pela gestão dos recursos hídricos no Estado. Uma de suas atribuições é a emissão de outorgas, documentos que autorizam o uso da água. Em 2024, foram emitidas mais de 16 mil outorgas, número 42% maior que o do ano anterior, graças à digitalização de processos e novos materiais técnicos.
Outra frente importante é a gestão das 16 bacias hidrográficas paranaenses, organizadas em 12 unidades. Um estudo iniciado em 2025 busca mapear essas bacias, considerando dados ambientais, sociais e econômicos. O projeto, com investimento de R$ 30 milhões, será concluído até 2027 e servirá como base para atualizar os Planos de Bacias Hidrográficas do Estado.
O programa Água no Campo, também conduzido pelo IAT, promove a perfuração de poços artesianos em áreas rurais sem acesso à água potável. Desde 2019, já foram perfurados 676 poços em 167 municípios, com investimento de R$ 10,4 milhões. A meta é perfurar mais 200 poços até o fim de 2025. O governo fornece os equipamentos e o suporte técnico, enquanto os municípios contribuem com o terreno e os materiais de construção.
Para melhorar a eficiência do programa, o Estado investiu R$ 24 milhões na compra de sondas mais modernas, capazes de alcançar até 550 metros de profundidade, ampliando a capacidade de perfuração em regiões mais secas, especialmente no Oeste e Noroeste do Paraná.
Outro destaque é o programa Irriga Paraná, voltado à ampliação da área irrigada no Estado. Atualmente, apenas 3% das lavouras contam com irrigação. A meta é aumentar essa proporção em 20%, com apoio financeiro do governo.
Do total de R$ 200 milhões investidos, R$ 150 milhões estão destinados a linhas de crédito para aquisição de sistemas de irrigação. Os produtores que adotarem práticas de conservação ambiental, como proteção de nascentes e reaproveitamento da água, têm acesso a condições mais vantajosas.
No Noroeste do Paraná, o Simepar executa o IrrigaSIM, uma extensão do programa com foco em capacitação e uso sustentável da irrigação. A iniciativa é desenvolvida em parceria com a Fundação Araucária e um instituto internacional dos Estados Unidos. O Simepar também contribui com dados para o Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas (ANA), que acompanha os níveis de estiagem no país.
A conservação de nascentes é outra frente de atuação. O programa Paraná Mais Verde promove o plantio de espécies nativas e a recuperação de áreas degradadas, por meio de viveiros espalhados pelo Estado. Em 2024, mais de 6 mil mudas foram plantadas nas margens dos rios Ivaí, Paraná, Paracaí e São Mateus. Além disso, técnicas como o uso de solo-cimento são aplicadas para proteger nascentes e manter o abastecimento durante períodos de estiagem.
Outra política de incentivo ambiental é o ICMS Ecológico por Mananciais, que repassa recursos aos municípios que abrigam mananciais utilizados por cidades vizinhas. Atualmente, 101 municípios recebem esse benefício, que em 2024 somou R$ 317 milhões — valor 12% maior em relação a 2023. Os repasses são calculados com base em avaliações técnicas anuais de conservação dos recursos hídricos.
Essas ações refletem o esforço do Governo do Paraná em equilibrar desenvolvimento econômico e preservação ambiental, garantindo acesso à água para a população e fortalecendo a resiliência do Estado frente aos eventos climáticos extremos.
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