O Paraná se reafirma como uma potência no cenário das exportações brasileiras, com um volume total de US$ 18,1 bilhões vendidos a outros países entre janeiro e setembro de 2024. Esse desempenho coloca o estado em posição de destaque em várias categorias de produtos, especialmente carnes, óleos vegetais e fertilizantes.
Os dados, fornecidos pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e tabulados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), mostram que o agronegócio paranaense é um dos principais impulsionadores dessa performance.
O crescimento das exportações do Paraná reflete não apenas a qualidade de seus produtos, mas também sua competitividade em mercados internacionais. A liderança em vendas de carnes e óleos vegetais, assim como a forte presença na exportação de fertilizantes, são sinais claros do protagonismo do estado em setores estratégicos da economia global.
Entre os produtos exportados, a carne é o grande destaque. O Paraná lidera as vendas nacionais de carnes e miudezas para outros países, com um total de US$ 3,2 bilhões exportados nos primeiros nove meses de 2024. O volume representa 18,4% de todas as exportações de carne feitas pelo Brasil no período, o que coloca o estado à frente de Santa Catarina, Mato Grosso e São Paulo, que registraram US$ 2,7 bilhões, US$ 2,1 bilhões e US$ 2 bilhões, respectivamente.
O setor de carnes é crucial para a economia paranaense, sendo responsável por milhares de empregos diretos e indiretos em todo o estado. O alto nível de qualidade das carnes exportadas garante sua competitividade no mercado internacional, com destinos importantes como a China, que sozinha comprou US$ 538 milhões em carnes do Paraná. Outros mercados de destaque incluem os Emirados Árabes Unidos (US$ 312 milhões) e o Japão (US$ 214 milhões), o que evidencia a diversidade de compradores internacionais.
Outro setor em que o Paraná se destaca é o de óleos vegetais e gorduras animais. Nos primeiros nove meses de 2024, o estado foi o maior exportador do país nessa categoria, com US$ 352,3 milhões em vendas. O Paraná superou grandes concorrentes, como São Paulo (US$ 351 milhões) e Rio Grande do Sul (US$ 298,3 milhões), consolidando sua posição de liderança no mercado.
A exportação de óleos vegetais, em especial o óleo de soja, é impulsionada pela alta demanda de mercados como a Índia, que foi o principal comprador desse produto, com US$ 175 milhões em transações. O crescente interesse por óleos vegetais e gorduras animais em mercados asiáticos é um reflexo da alta demanda por produtos mais saudáveis e alternativas às gorduras saturadas, o que favorece o Paraná, dada a sua capacidade de produção em larga escala.
O Paraná também tem liderado as exportações de fertilizantes, com um total de US$ 96,7 milhões enviados ao exterior de janeiro a setembro de 2024. O estado supera outros grandes produtores, como Rio Grande do Sul (US$ 53,7 milhões) e São Paulo (US$ 33,7 milhões), reafirmando sua importância no setor de insumos agrícolas.
O maior destino dos fertilizantes exportados pelo Paraná é o Paraguai, que comprou US$ 89 milhões do produto. A proximidade geográfica e as necessidades agrícolas do país vizinho tornam o Paraná um fornecedor essencial para o mercado paraguaio, impulsionando ainda mais o crescimento das exportações estaduais nesse setor.
O desempenho do Paraná não se limita apenas a carnes, óleos vegetais e fertilizantes. O estado também é o segundo maior exportador de sementes, grãos e frutos oleaginosos, com um total de US$ 4,8 bilhões comercializados entre janeiro e setembro de 2024. Esse valor coloca o Paraná atrás apenas do Mato Grosso (US$ 10,6 bilhões), mas à frente de outros estados importantes, como Goiás (US$ 4,3 bilhões) e Rio Grande do Sul (US$ 2,8 bilhões).
A produção agrícola paranaense é amplamente diversificada e altamente competitiva no cenário internacional. Grãos como a soja e o milho são os principais produtos exportados, alimentando tanto a indústria de alimentos quanto a de biocombustíveis. O Paraná é reconhecido por sua capacidade de produção em larga escala, aliada a uma infraestrutura logística eficiente que facilita o escoamento desses produtos para mercados internacionais.
A China continua sendo o principal parceiro comercial do Paraná, com US$ 5,1 bilhões em produtos exportados para o país asiático, representando 28,4% do total das exportações do estado. A alta demanda chinesa por commodities agrícolas, especialmente soja e carne, garante ao Paraná uma posição de destaque nesse mercado altamente competitivo.
Além da China, outros mercados importantes para as exportações paranaenses incluem os Estados Unidos (US$ 1,1 bilhão), Argentina (US$ 778 milhões) e México (US$ 744 milhões). Esses países, com suas indústrias de alimentos e necessidades crescentes por insumos agrícolas, encontram no Paraná um parceiro confiável para suprir suas demandas.
O diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado, ressalta o papel do Paraná no comércio exterior brasileiro: “Somos competitivos em várias atividades industriais e primárias, como reflexo das favoráveis condições para o desenvolvimento produtivo e, consequentemente, para a expansão das exportações”. Essa competitividade coloca o estado em uma posição estratégica no agronegócio global, impulsionando sua economia e gerando emprego e renda para a população local.
Além das exportações, o Paraná também se destaca como um importante importador de insumos e produtos. Nos primeiros nove meses de 2024, o estado importou US$ 14,4 bilhões em produtos, com destaque para fertilizantes (US$ 1,5 bilhão), óleos e combustíveis (US$ 1,1 bilhão), autopeças (US$ 922 milhões) e produtos químicos orgânicos (US$ 893 milhões).
Apesar do volume de importações, o Paraná registrou um saldo comercial positivo de US$ 3,69 bilhões no período, refletindo a solidez de suas exportações e sua capacidade de gerar superávit comercial. Esse saldo positivo é um indicativo da força da economia estadual, que consegue manter um equilíbrio saudável entre exportações e importações, garantindo a sustentabilidade do crescimento econômico.