A língua portuguesa é um organismo vivo, em constante transformação. A flexibilidade que temos na comunicação oral pode levar ao uso de palavras que, apesar de funcionais no dia a dia, estão incorretas gramaticalmente.
Essa desconexão, tolerada na linguagem informal, se torna um problema em contextos formais, como redações de concursos públicos ou textos acadêmicos. Saber identificar essas palavras e corrigir seu uso é essencial para quem busca dominar a norma culta e garantir uma comunicação clara e precisa.
A língua portuguesa reflete os contextos históricos, sociais e culturais de seus falantes. A informalidade, característica do dia a dia, permite adaptações e novos significados, como no caso do verbo “logar” ou do termo “pen drive”, que hoje fazem parte de nosso vocabulário. No entanto, a formalidade exige aderência às regras gramaticais estabelecidas, especialmente em contextos como exames ou textos institucionais.
No texto formal, é esperado o uso correto das palavras e construções gramaticais, enquanto o informal permite maior flexibilidade. Por exemplo, gírias e expressões regionais enriquecem a fala cotidiana, mas são inadequadas para uma redação formal. A escolha entre um registro e outro depende do objetivo e do público-alvo.
Em um cenário de avaliação formal, como concursos públicos, o uso de palavras coloquiais ou grafadas incorretamente pode comprometer a nota e até mesmo a credibilidade do autor. Por isso, é fundamental “desautomatizar” o olhar para os vocábulos e questionar o modo como nos expressamos. Muitos erros comuns resultam da oralidade, em que a pronúncia de certas palavras mascara sua grafia correta.
Para facilitar o aprendizado e o aprimoramento da escrita formal, reunimos algumas palavras que frequentemente aparecem de forma incorreta em textos dissertativos. Acompanhe os erros e suas respectivas correções:
- Concerteza: O correto é “com certeza”, sempre separado e com “m”.
- Reinvindicar: A forma correta é “reivindicar”, sem o “n”.
- Previlégio: Deve-se usar “privilégio”, com “i”.
- Bassoura: A grafia correta é “vassoura”, com “v”.
- Descanço: Substitua o cedilha pelo “s”: “descanso”.
- Paralizado: Sempre com “s”: “paralisado”.
- Encomodar: Use “incomodar”, com “i”.
- Mecher: A grafia correta é “mexer”, com “x”.
- Quiz: Quando conjugado, o verbo “querer” é “quis”, com “s”.
- Licensa: A forma correta é “licença”, com cedilha.
- Extender: Sempre com “s”: “estender”.
- Extenção: Retire o cedilha e substitua por “s”: “extensão”.
- Oque: Sempre separado: “o que”.
- Pq: Use “porque”, “por que”, “por quê?” ou “porquê” conforme o contexto.
- Apartir de: Sempre separado: “a partir de”.
- Opnião: Inclua o “i”: “opinião”.
A melhor forma de evitar esses erros é praticar a leitura crítica e revisar seus textos com cuidado. Confira algumas dicas para aprimorar sua escrita:
Leia com atenção: Ao revisar seus textos, busque identificar palavras que você costuma usar erroneamente. Uma leitura em voz alta pode ajudar.
- Estude a norma culta: Consulte gramáticas e dicionários confiáveis para entender as regras e exceções.
- Faça exercícios de escrita: Pratique redigir textos formais para treinar seu domínio da língua.
- Use ferramentas de correção: Softwares e aplicativos de gramática podem auxiliar na identificação de erros.
- Solicite feedback: Peça que alguém leia seus textos e aponte possíveis correções.
O domínio da norma culta da língua portuguesa é uma habilidade essencial para contextos formais. Embora a linguagem informal seja mais flexível, o uso correto das palavras é crucial para quem deseja se destacar em avaliações, concursos e textos acadêmicos. Ao “desautomatizar” o olhar para os vocábulos e revisar cuidadosamente sua escrita, você evita erros comuns e garante que sua mensagem seja transmitida com clareza e credibilidade.
Palavras usadas de forma errada podem ser corrigidas com dedicação e prática. Lembre-se: mais do que cumprir regras, o objetivo da escrita é comunicar ideias com eficiência e elegância.