Um avanço científico acaba de abrir uma nova janela para a história da Terra. Pela primeira vez, cientistas conseguiram datar diretamente ovos de dinossauro fossilizados, revelando que eles têm impressionantes 85,91 milhões de anos. O feito foi alcançado em Qinglongshan, na província de Hubei, na China, com uma técnica inovadora de “relógio atômico” que promete mudar tudo o que sabemos sobre a evolução e a extinção dos dinossauros.
A equipe liderada por Bi Zhao utilizou lasers microscópicos para analisar as cascas fossilizadas da espécie Placoolithus tumiaolingensis, fornecendo a idade mais precisa já alcançada para esse tipo de fóssil. Além de uma conquista tecnológica, o estudo lança luz sobre um período em que o planeta passava por um resfriamento drástico, possivelmente ligado à queda na diversidade dos dinossauros.
O relógio atômico da paleontologia
A técnica utilizada, conhecida como datação por urânio-chumbo (U-Pb), funciona como um relógio atômico: mede a transformação natural do urânio em chumbo ao longo de milhões de anos. Pela primeira vez, esse processo foi aplicado diretamente em cascas de ovos fossilizados, dispensando métodos indiretos baseados em rochas ou cinzas vulcânicas. O resultado: uma precisão inédita na linha do tempo da vida dos dinossauros.
Ovos que sobreviveram ao tempo
A descoberta se torna ainda mais impressionante pela forma como os ovos foram preservados. Em Qinglongshan, mais de 3.000 fósseis de ovos foram encontrados quase intactos em condições tridimensionais, como se o tempo tivesse congelado um ninho do Cretáceo Superior. As cascas porosas indicam que pertenciam a dinossauros terópodes, predadores bípedes que dominaram os ecossistemas antes da extinção.

Um período de mudanças climáticas radicais
Esses ovos foram depositados em um momento crucial da história do planeta. Estudos apontam que, cerca de 90 a 84 milhões de anos atrás, a Terra passou por uma queda brusca de temperatura: de 35 °C para 28 °C em poucos milhões de anos. Essa transição de uma “estufa quente” para uma “estufa fria” pode ter reduzido a diversidade de espécies e preparado o terreno para a extinção final dos dinossauros.
Uma região que guarda a história inteira
A mesma região da China onde os ovos foram encontrados também já revelou fósseis de dinossauros muito mais antigos, como o Pulaosaurus qinglong, que viveu há 160 milhões de anos. Isso significa que o local foi um verdadeiro berço de espécies ao longo de quase toda a Era dos Dinossauros, fornecendo um registro contínuo da sua evolução e adaptação às mudanças do planeta.
Um futuro de respostas no passado
Segundo os pesquisadores, a nova técnica pode ser aplicada a outros fósseis, ajudando a resolver debates históricos sobre a extinção dos dinossauros e até revelar se algumas espécies conseguiram sobreviver ao limite do Cretáceo-Paleogeno, 66 milhões de anos atrás. Além disso, compreender como esses animais reagiram a mudanças ambientais pode trazer lições valiosas sobre os desafios climáticos que a humanidade enfrenta hoje.
Esses ovos fossilizados, datados com precisão pela primeira vez, não são apenas relíquias do passado: são narradores silenciosos de uma história que continua atual. Eles revelam como a Terra já enfrentou transformações climáticas intensas e como isso moldou a vida no planeta. O avanço científico mostra que cada fóssil preservado é mais do que uma peça de museu: é uma chave para entender tanto a evolução da vida quanto os dilemas ambientais que ainda vivemos.

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