Os mistérios antigos que podem ser solucionados neste século

A arqueologia tem o poder de revelar os segredos mais profundos da história da humanidade, e no século XXI, avanços tecnológicos como o LiDAR, sensores remotos e computadores de alta capacidade estão permitindo uma nova era de exploração.

Fredrik Hiebert, renomado arqueólogo da National Geographic, acredita que estamos à beira de descobertas que mudarão nosso entendimento sobre civilizações antigas e mistérios que desafiam a compreensão há séculos. De acordo com a revista National Geographic, ao menos sete mistérios os arqueólogos esperam solucionar ainda neste século.

Descoberta de cidades perdidas nas américas

Graças à tecnologia LiDAR, que usa lasers para mapear terrenos escondidos sob densas florestas, arqueólogos estão desvendando cidades perdidas em regiões como Honduras e Belize. Em 2014, o LiDAR revelou uma cidade perdida na floresta tropical de Honduras. Segundo Hiebert, “ainda existem muitas civilizações por descobrir nas Américas Central e do Sul”. Com esses avanços, nós poderemos aprender mais sobre povos antigos e como eles moldaram os ecossistemas ao seu redor.

A Tumba de Genghis Khan ou Alexandre, o Grande

Um dos maiores mistérios da arqueologia é o paradeiro das tumbas de Genghis Khan e Alexandre, o Grande. Projetos como o Vale dos Khans utilizam imagens de satélite e Radar de Penetração no Solo (GPR) para explorar vastas áreas. Embora ainda não tenhamos encontrado essas tumbas, as tecnologias continuam a refinar nossa capacidade de localizar locais promissores. Fredrik Hiebert está otimista: “Quanto mais áreas analisamos, maior é a chance de encontrar algo extraordinário”.

O mistério da tumba do primeiro Imperador Chinês

Qin Shi Huang, o primeiro imperador da China, está enterrado em um mausoléu rodeado por um exército de soldados de terracota. Embora conheçamos a localização de sua tumba, a preocupação com a preservação dos artefatos tem impedido sua exploração. Ferramentas como magnetômetros e robôs podem, no futuro, permitir que cientistas investiguem o interior da tumba sem causar danos.

Decifração da linguagem Linear A dos Minoanos

A civilização Minoica deixou um legado incrível no Mediterrâneo, mas sua linguagem, conhecida como Linear A, ainda não foi decifrada. Com mais de 1.400 exemplos conhecidos, avanços em big data e inteligência artificial, como o IBM Watson, podem ajudar os pesquisadores a desvendar esse sistema de escrita misterioso. Resolver esse enigma abriria portas para uma compreensão mais profunda da vida minoica.

O propósito das Linhas de Nazca

As Linhas de Nazca, no Peru, têm intrigado cientistas desde sua descoberta. Esses enormes geoglifos podem representar constelações, estar associados a fontes de água ou servir a propósitos rituais. Computadores de alta potência estão sendo usados para cruzar grandes volumes de dados arqueológicos e geográficos, ajudando a testar teorias sobre o significado das linhas.

Encontrar um Neandertal intacto

Com o aquecimento global derretendo camadas de gelo e permafrost, é possível que restos de Neandertais bem preservados sejam encontrados. Descobertas semelhantes, como um mamute congelado na Sibéria, aumentam a esperança de localizar corpos humanos antigos em excelente estado de conservação. Tal descoberta poderia transformar nosso entendimento sobre a evolução humana.

A presença viking na América do Norte

Os Vikings chegaram à América do Norte muito antes de Colombo, mas a extensão de sua presença ainda é desconhecida. Arqueólogos identificaram dois assentamentos vikings, e novas escavações no Canadá sugerem que mais locais poderão ser encontrados. Essas descobertas poderiam reescrever a história da exploração no Atlântico.

Fredrik Hiebert e outros especialistas acreditam que estamos vivendo uma era sem precedentes na arqueologia, onde tecnologias modernas abrem portas para respostas que antes pareciam inalcançáveis. Sensoriamento remoto, robôs exploratórios e computação avançada estão permitindo que arqueólogos enfrentem desafios antes impossíveis.

Os mistérios antigos nos conectam às nossas origens e desafiam nossa compreensão do passado. Com a combinação de inovação tecnológica e curiosidade humana, é apenas uma questão de tempo até que muitos desses enigmas sejam resolvidos, oferecendo novas perspectivas sobre nossa história compartilhada.