Os maiores municípios do Brasil em extensão territorial

O Brasil, com sua imensa extensão territorial, abriga alguns dos maiores municípios do mundo. Localizados principalmente na região Norte, esses municípios se destacam não apenas pelo tamanho, mas também por sua diversidade econômica e geográfica.

Em muitos casos, são áreas ricas em recursos naturais, com atividades econômicas que vão desde a agropecuária e mineração até o turismo ecológico e a preservação ambiental. No entanto, esses vastos territórios também enfrentam desafios relacionados à infraestrutura, desenvolvimento sustentável e gestão ambiental.

A seguir, apresentamos os dez maiores municípios do Brasil em extensão, suas características econômicas e as particularidades que os tornam únicos.

Altamira (PA): o maior município do Brasil

Com uma área de 159.695,938 km², Altamira, no Pará, é o maior município brasileiro e um dos maiores do mundo. A economia local é marcada pela agropecuária e pela exploração de recursos naturais. A construção da usina hidrelétrica de Belo Monte impulsionou o desenvolvimento da região, gerando empregos e melhorando a infraestrutura. No entanto, Altamira também enfrenta desafios relacionados à preservação ambiental e à gestão de conflitos com comunidades indígenas e ribeirinhas, que buscam manter suas tradições e territórios.

Barcelos (AM): turismo e preservação no rio Negro

Barcelos, com seus 122.475,728 km², é um dos maiores municípios do Amazonas. A economia local se baseia na pesca, especialmente do tucunaré, e no turismo ecológico, atraindo visitantes interessados na biodiversidade do rio Negro. Além disso, Barcelos possui áreas de preservação ambiental e é uma referência no turismo sustentável na região Norte, embora ainda dependa de investimentos em infraestrutura para explorar todo o seu potencial turístico.

São Gabriel da Cachoeira (AM): diversidade cultural e preservação ambiental

São Gabriel da Cachoeira é um dos municípios mais diversos do Brasil em termos culturais, com uma grande população indígena. Com 109.184,896 km², a economia local é baseada na agricultura de subsistência, pesca e artesanato indígena. A cidade está situada em uma região de grande biodiversidade e abriga o Parque Nacional do Pico da Neblina, desempenhando um papel estratégico na proteção ambiental da Amazônia.

Oriximiná (PA): mineração e reservas naturais

Oriximiná, no Pará, é um dos principais produtores de bauxita do Brasil, com 107.602,992 km². A mineração é uma das principais atividades econômicas do município, gerando receita e emprego. Além disso, o turismo ecológico é um ponto forte, com a presença de comunidades quilombolas e reservas naturais. O desafio de Oriximiná é equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e o respeito às tradições culturais locais.

Tapauá (AM): isolamento e subsistência

Com uma área de 89.324,259 km², Tapauá é um dos municípios mais isolados do Amazonas. A economia local se baseia na pesca, agricultura de subsistência e extração de madeira. A baixa densidade populacional e a falta de infraestrutura são desafios que limitam o crescimento econômico do município, que precisa encontrar alternativas sustentáveis para promover o desenvolvimento sem comprometer seus recursos naturais.

São Félix do Xingu (PA): agropecuária e desafios ambientais

São Félix do Xingu é conhecido por possuir o maior rebanho bovino do Brasil, com mais de 1,7 milhão de cabeças de gado. Com 84.212,426 km², a pecuária é a principal atividade econômica do município. No entanto, o desmatamento e a necessidade de desenvolvimento sustentável são desafios constantes, exigindo políticas ambientais eficientes para conciliar a produção agropecuária com a conservação da floresta amazônica.

Atalaia do Norte (AM): povos indígenas e preservação

Atalaia do Norte, com 76.354,985 km², abriga a Terra Indígena Vale do Javari, que concentra a maior população de povos indígenas isolados do mundo. A economia local se baseia na pesca e agricultura de subsistência, e o município enfrenta desafios relacionados à preservação ambiental e à proteção dos direitos dos povos indígenas. O isolamento geográfico é uma barreira para o desenvolvimento econômico, mas também garante a preservação da natureza e das culturas tradicionais.

Porto Velho (RO): polo econômico e energético

Porto Velho, capital de Rondônia, tem uma área de 34.090,952 km² e é um importante polo econômico na região Norte. A cidade se destaca pelo comércio, serviços e agropecuária, além de ser um dos principais pontos de geração hidrelétrica do Brasil, com as usinas de Santo Antônio e Jirau. Porto Velho possui infraestrutura desenvolvida, facilitando a distribuição de produtos agrícolas e minerais, mas enfrenta desafios na gestão urbana e na expansão sustentável.

Lábrea (AM): recursos naturais e manejo ambiental

Com 68.227,021 km², Lábrea é um dos municípios mais isolados do Amazonas. A economia local é baseada na pesca, extração de madeira e agricultura de subsistência. A exploração de recursos naturais é essencial para a economia do município, mas o desmatamento e a necessidade de manejo sustentável são preocupações constantes. Lábrea precisa de políticas ambientais eficazes para garantir a preservação da floresta e o desenvolvimento econômico.

Humaitá (AM): agricultura e logística no rio Madeira

Humaitá, com 33.111,143 km², está localizado em uma região de transição entre a Amazônia e o cerrado, favorecendo a agricultura e a pecuária. A cidade é um ponto estratégico para a navegação no rio Madeira, facilitando o transporte de produtos. A economia local é baseada no comércio, pesca e agropecuária, e o município busca desenvolver sua infraestrutura logística para potencializar o crescimento econômico.

Os maiores municípios do Brasil em extensão territorial representam não apenas a vastidão geográfica do país, mas também a diversidade econômica e cultural da região Norte. Com economias baseadas em agropecuária, mineração, turismo e preservação ambiental, esses municípios enfrentam desafios relacionados ao desenvolvimento sustentável e à gestão de recursos.

A preservação da floresta amazônica, o respeito às culturas indígenas e o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade são questões centrais para o futuro dessas regiões.