A inovação é a força motriz que impulsiona o desenvolvimento econômico e a competitividade de uma nação. No Brasil, a inovação está distribuída de maneira desigual entre as regiões, com algumas economias estaduais se destacando como líderes incontestáveis.
De acordo com a primeira edição do Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID), divulgada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são as economias mais inovadoras do país.
O IBID, medido em uma escala que varia de 0 a 1, é uma ferramenta essencial para identificar os líderes nacionais e regionais em inovação. O índice é composto por 74 indicadores divididos em sete pilares: instituições, capital humano, infraestrutura, economia, negócios, conhecimento e tecnologia e economia criativa. Estes pilares são subdivididos em 21 dimensões, como crédito, investimentos, educação, ambiente regulatório, sustentabilidade, criação de conhecimento e ativos intangíveis.
São Paulo se destaca como o líder indiscutível com um IBID de 0,891. Este estado não só lidera nacionalmente, mas também serve como um modelo de inovação para outras regiões. São Paulo tem uma infraestrutura robusta, um ecossistema de negócios dinâmico e uma vasta rede de instituições de ensino e pesquisa, que juntos criam um ambiente propício para a inovação.
Santa Catarina ocupa a segunda posição com um índice de 0,415. O estado tem se destacado pelo seu ambiente favorável ao empreendedorismo e à inovação tecnológica. A presença de diversas incubadoras de startups e parques tecnológicos impulsiona o desenvolvimento de novas tecnologias e negócios inovadores.
Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul
Paraná (0,406), Rio de Janeiro (0,402) e Rio Grande do Sul (0,401) completam a lista dos cinco estados mais inovadores do Brasil. Cada um desses estados possui características únicas que contribuem para sua posição no ranking. Paraná, por exemplo, tem investido fortemente em pesquisa e desenvolvimento, enquanto o Rio de Janeiro é um hub de inovação no setor de petróleo e gás. O Rio Grande do Sul, por sua vez, destaca-se pela sua capacidade de gerar conhecimento e por seus ativos intangíveis.
O IBID foi desenvolvido com base na metodologia do Índice Global de Inovação (IGI), da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Segundo o INPI, o índice brasileiro é o sexto no mundo criado a partir dessa metodologia, ao lado de União Europeia, China, Índia, Colômbia e Vietnã. O IGI, publicado desde 2007, classifica 132 países com base em suas potencialidades e desafios. Na edição mais recente, em 2023, o Brasil ocupou a 49ª posição no ranking mundial e a primeira na América Latina e Caribe.
Os rankings produzidos a partir dos resultados do IBID revelam desigualdades significativas entre as regiões brasileiras. Enquanto as regiões Sudeste e Sul concentram a maior parte da inovação, com sete dos oito primeiros lugares no ranking geral, as regiões Norte e Nordeste estão predominantemente nas últimas posições. As últimas 15 posições são ocupadas por estados dessas duas regiões, destacando uma disparidade alarmante.
A região Centro-Oeste ocupa uma posição intermediária no ranking geral do IBID. No entanto, alguns estados do Nordeste apresentam desempenho em inovação acima do esperado, considerando o nível de renda da população. Economias como Maranhão, Paraíba, Piauí, Ceará, Sergipe, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia são exemplos de expoentes em inovação no IBID, apresentando resultados superiores ao esperado para seu patamar de desenvolvimento econômico.
De acordo com o INPI, a inovação é essencial para o progresso econômico e a competitividade das economias, independentemente do nível de renda. A definição de inovação foi ampliada para incluir não apenas atividades de pesquisa e desenvolvimento ou publicações científicas, mas também inovação socialmente inclusiva, ambientalmente sustentável e territorialmente integrada.
Os resultados do IBID podem ajudar a identificar práticas inovadoras que podem ser replicadas em outras regiões do Brasil. Cada estado apresenta diferentes desafios e potencialidades, o que enriquece o panorama nacional de inovação. O economista-chefe do INPI, Rodrigo Ventura, destaca que o IBID traz informações valiosas sobre os desafios e potencialidades de cada estado e região, ajudando a identificar soluções que podem ser adotadas por outros estados.