Sexta-feira 13 e os alimentos cercados por superstições

A sexta-feira 13 carrega, para muitos, uma aura de mistério, incerteza e, em alguns casos, puro receio. A data, marcada por crendices populares e episódios históricos controversos, ganha ainda mais força quando associada a elementos simbólicos do nosso cotidiano — como certos alimentos. Curiosamente, itens como o alho, a pimenta, o sal grosso e até mesmo a discreta folha de louro deixaram a cozinha para se tornar amuletos contra energias negativas. A pergunta é: por quê?

Desde os tempos antigos, civilizações depositam significados místicos em alimentos. Esses ingredientes não serviam apenas para temperar refeições, mas também para “temperar” o espírito, afastar maus olhados, proteger lares e atrair sorte. E em uma sexta-feira 13, considerada um dia de risco energético para os supersticiosos, esses alimentos ganham ainda mais destaque.

Alho: entre o tempero e o escudo energético

Não é só o Drácula que tem motivos para manter distância do alho. Na tradição popular, o alho é considerado um poderoso purificador espiritual. De origem milenar, essa crença se espalhou por várias culturas, sendo associado à proteção contra vampiros, espíritos ruins e inveja.

No Brasil, pendurar uma cabeça de alho atrás da porta ou nos cantos da casa é visto como um ritual contra o mau-olhado. Na Umbanda e no Candomblé, o alho é frequentemente utilizado em defumações e banhos de limpeza energética. Além disso, por conter compostos sulfurados potentes, acredita-se que seu cheiro afaste não apenas energias ruins, mas também influências negativas de pessoas invejosas.

superstições

Pimenta: ardência contra o mau-olhado

A pimenta é outro ingrediente picante no mundo das superstições. Em algumas culturas, é usada como uma espécie de “espelho energético”, devolvendo o que vem de ruim ao seu emissor. No Brasil, é comum encontrar vasos de pimenta em comércios e residências como forma de espantar energias densas.

LER >>>  15 receitas vegetarianas para perder peso

Um dos rituais mais populares é o de “passar pimenta na aura” — prática simbólica que visa purificar o campo energético de uma pessoa. E mais: há quem diga que, ao receber uma pimenteira de presente e vê-la murchar logo em seguida, isso pode ser sinal de que ela absorveu uma carga de negatividade.

fotos nicolle 1920 x 1080 px 2025 06 13T091930.691

Folhas de louro: mais que aroma, proteção e prosperidade

Comum nas panelas, discreta no sabor, mas fortíssima nas simbologias. A folha de louro já foi coroa de heróis na Grécia Antiga e, com o tempo, passou a ser símbolo de sorte, glória e proteção. No universo das superstições, especialmente nas sextas-feiras 13, ela assume um papel especial.

Uma das simpatias mais difundidas envolve escrever desejos ou pedidos em uma folha seca de louro e depois queimá-la — prática associada à libertação de energias antigas e à realização de metas. Outra tradição é colocar folhas de louro na carteira, para atrair prosperidade financeira.

fotos nicolle 1920 x 1080 px 2025 06 13T092723.274

Sal grosso: limpeza espiritual do corpo e do ambiente

Provavelmente o campeão das simpatias populares, o sal grosso é venerado como um “limpador energético”. Ele aparece em banhos, defumações, potes atrás da porta e até mesmo em rituais simples, como colocar um punhado sob o tapete.

Na sexta-feira 13, muitos aproveitam para tomar o famoso banho de sal grosso, com o objetivo de “limpar” o corpo espiritual e se proteger de possíveis ataques energéticos. O sal é considerado um condutor que neutraliza vibrações ruins, restabelecendo o equilíbrio da casa e da mente.

fotos nicolle 1920 x 1080 px 2025 06 13T093209.462

A tradição segue viva nos tempos modernos

Mesmo em tempos de inteligência artificial e tecnologia de ponta, a crença na simbologia desses alimentos segue firme em muitos lares. Não se trata apenas de superstição no sentido pejorativo da palavra, mas de uma tentativa ancestral de exercer algum controle sobre o desconhecido — especialmente em datas como a sexta-feira 13.

LER >>>  Bulgogi: Aprenda a fazer essa tradicional receita Coreana de forma simples e saborosa

É um jeito humano de lidar com o invisível, o intangível. Ao usar alho, pimenta, louro ou sal grosso, há uma intenção. Uma expectativa. E, para muitos, isso já é o suficiente para que funcione. O poder da crença, afinal, mora também na ritualização do cotidiano.

A sexta-feira 13 pode até ser vista com desconfiança por uns e desdém por outros, mas ela escancara um aspecto muito interessante do ser humano: a capacidade de atribuir sentido ao que parece corriqueiro. Os alimentos citados neste artigo — alho, pimenta, folhas de louro e sal grosso — transcendem a culinária e entram no campo do simbólico. Eles revelam que, por trás de cada superstição, existe uma história, um medo, um desejo de proteção. E, independentemente da crença individual, esses elementos continuam vivos, seja na panela ou no altar doméstico.

Leia também: