Definir uma lista definitiva dos melhores clássicos da literatura universal é uma tarefa hercúlea, sujeita a infindáveis debates e preferências pessoais. Alguns dirão, por exemplo, que determinado livro é muito complexo, por isto não é melhor, embora seja um grande clássico.
Poderíamos fazer uma lista dos 250 melhores clássicos e ficariam grandes livros de fora. No entanto, algumas obras transcendem o tempo e as fronteiras culturais, impactando gerações de leitores e moldando o curso da própria literatura.
Com base em uma análise de inúmeras listas de críticos, acadêmicos e votações de leitores em todo o mundo, apresentamos uma seleção de 25 clássicos incontornáveis, obras que continuam a ressoar pela sua profundidade, inovação e beleza atemporais.
A lista a seguir não se prende a uma ordem de importância, mas busca oferecer um panorama abrangente de diferentes épocas, gêneros e culturas, desde a antiguidade clássica até o modernismo.
Os pilares da literatura ocidental e épicos fundacionais
- Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes. Considerado o primeiro romance moderno, a saga do engenhoso fidalgo que se lança como cavaleiro andante é uma sátira brilhante e uma profunda reflexão sobre a loucura, a idealização e a realidade.
- A Ilíada e A Odisseia, de Homero. Estes poemas épicos gregos são a pedra angular da literatura ocidental, narrando os eventos da Guerra de Troia e o longo retorno de Ulisses a Ítaca. Suas explorações do heroísmo, do destino e da condição humana continuam a influenciar a arte e o pensamento.
- A Divina Comédia, de Dante Alighieri. Uma jornada monumental através do Inferno, Purgatório e Paraíso, esta obra-prima da literatura italiana oferece uma síntese da teologia medieval, da filosofia e da visão de mundo de uma época, com uma linguagem poética inigualável.
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O gênio de Shakespeare e o teatro universal
- Hamlet, de William Shakespeare. A tragédia do príncipe da Dinamarca é uma das peças mais encenadas e analisadas da história, mergulhando nas profundezas da vingança, da loucura e da incerteza existencial.
- Romeu e Julieta, de William Shakespeare. A icônica história de amor proibido que transcendeu séculos, tornando-se o arquétipo do romance trágico.
O século XIX: O apogeu do romance
- Guerra e Paz, de Leon Tolstói. Um épico monumental que entrelaça as vidas de famílias aristocráticas russas com as invasões napoleônicas. É uma profunda meditação sobre a história, a guerra e o sentido da vida.
- Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski. Um mergulho psicológico na mente de Raskólnikov, um jovem que comete um assassinato para provar uma teoria. A obra explora temas como culpa, redenção e a complexidade da moralidade.
- Os Miseráveis, de Victor Hugo. Um vasto panorama da sociedade francesa do século XIX, acompanhando a vida de Jean Valjean e uma miríade de personagens em uma história de injustiça, amor e redenção.
- Orgulho e Preconceito, de Jane Austen. Com sua prosa espirituosa e personagens memoráveis, Austen critica as convenções sociais da sua época através da história de amor entre Elizabeth Bennet e o Sr. Darcy.
- Moby Dick, de Herman Melville. A obsessiva caça do Capitão Ahab à baleia branca é uma alegoria poderosa sobre a natureza, a obsessão e a luta do homem contra o indomável.
- Madame Bovary, de Gustave Flaubert. Um marco do realismo literário, a história de Emma Bovary e sua busca por uma vida de luxo e paixão é uma crítica contundente à burguesia e aos sonhos românticos frustrados.
- O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brontë. Uma história de amor sombria e passional que desafia as convenções sociais e explora as profundezas da natureza humana.
A modernidade e a experimentação literária
- Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust. Uma obra monumental em sete volumes que explora a memória, o tempo e a arte através das reflexões introspectivas de seu narrador.
- Ulisses, de James Joyce. Um tour de force do modernismo, o romance narra um único dia na vida de Leopold Bloom em Dublin, utilizando uma variedade estonteante de estilos e técnicas literárias.
- O Processo, de Franz Kafka. A história surreal e angustiante de Joseph K., que é preso e processado por uma autoridade remota e inacessível, por um crime que ele desconhece. Uma poderosa alegoria sobre a burocracia e a alienação.
- Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez. A saga da família Buendía na mítica Macondo é a obra-prima do realismo mágico, misturando o fantástico e o real para contar a história da América Latina.
- O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald. Um retrato cintilante e trágico da Era do Jazz nos Estados Unidos, explorando temas como o sonho americano, a riqueza e a desilusão.
- 1984, de George Orwell. Uma distopia assustadoramente presciente que descreve uma sociedade totalitária sob o controle do Grande Irmão, alertando sobre os perigos da vigilância e da manipulação da verdade.
Clássicos que desafiaram e expandiram horizontes
- Dom Casmurro, de Machado de Assis. Uma das joias da literatura brasileira, a narrativa ambígua e irônica de Bentinho sobre o suposto adultério de Capitu continua a gerar debates e a fascinar leitores.
- O Estrangeiro, de Albert Camus. A história de Meursault, um homem apático que se torna um pária social, é uma exploração fundamental do absurdo e da indiferença do universo.
- Lolita, de Vladimir Nabokov. Uma obra controversa e linguisticamente brilhante que narra a obsessão de Humbert Humbert por sua enteada, desafiando tabus e explorando as complexidades do amor e da perversão.
- Frankenstein, de Mary Shelley. Um dos primeiros exemplos de ficção científica, a história do Dr. Frankenstein e sua monstruosa criação levanta questões profundas sobre a criação, a responsabilidade e a natureza da humanidade.
- As Vinhas da Ira, de John Steinbeck. Um retrato poderoso e comovente da Grande Depressão nos Estados Unidos, seguindo a jornada da família Joad em busca de uma vida melhor.
- O Sol é para Todos, de Harper Lee. Narrado pela jovem Scout Finch, o romance aborda temas de injustiça racial e perda da inocência no sul dos Estados Unidos, com uma mensagem atemporal de coragem e compaixão.
- Anna Kariênina, de Leon Tolstói. Ao lado de “Guerra e Paz”, esta é outra obra-prima de Tolstói, focada na trágica história de uma mulher que desafia as convenções sociais em nome do amor.
CASO DESEJE COMPRAR ALGUM DOS LIVROS CITADOS:
Como falamos anteriormente, esta lista representa apenas um ponto de partida para a vasta e rica tapeçaria da literatura mundial. Que tal você formular uma lista dos livros que você acredita serem os melhores clássicos da literatura universal ou uma lista de sua preferência?
O mundo de hoje tem muitas obras excelente, e muitas que são contemporâneas. A mídia em geral foca mais nos clássicos, mas muitos autores atuais são grandes escritores, com livros muito bons.
Cada um dos livros que apresentamos nesta lista oferece uma janela para diferentes mundos, ideias e emoções, convidando os leitores a uma jornada de descoberta que permanece relevante e transformadora.