Onde a sonda soviética esquecida vai cair? Veja o mapa

Uma cápsula soviética esquecida desde 1972 pode estar prestes a fazer um retorno inesperado — e potencialmente explosivo — à Terra. Trata-se da sonda Kosmos 482, que falhou em sua missão original e permaneceu em órbita por mais de meio século. Segundo novos cálculos realizados por especialistas, o equipamento está prestes a reentrar na atmosfera terrestre, com uma previsão de impacto entre os dias 8 e 12 deste mês.

Lançada durante a Guerra Fria, a Kosmos 482 foi projetada para resistir a uma descida na atmosfera extremamente densa de Vênus. Com quase 500 quilos, sua estrutura robusta pode fazer com que ela atinja o solo terrestre praticamente intacta, mesmo após um mergulho em altíssima velocidade — cerca de 242 km/h.

Pode parecer meteoro, mas é tecnologia soviética

Para quem observar do solo, o retorno da Kosmos 482 pode se assemelhar a um meteoro atravessando os céus. Mas diferentemente das rochas espaciais, esse objeto é uma cápsula artificial, carregada de história e mistério, que jamais completou sua missão científica. O que resta agora é prever onde, exatamente, essa relíquia da corrida espacial soviética vai aterrissar.

Risco real para cidades?

Marco Langbroek, pesquisador da Universidade Técnica de Delft, na Holanda, fez projeções detalhadas sobre as possíveis zonas de queda da cápsula. Baseado na atual órbita do objeto, ele estima que a sonda pode cair em qualquer ponto entre as latitudes 52° norte e 52° sul. Isso inclui praticamente todas as principais metrópoles do planeta — de São Paulo a Nova York, passando por Londres, Deli, Cidade do México e Pequim.

Apesar disso, os riscos de impacto direto em áreas urbanas são considerados extremamente baixos. “As chances de a nave cair na sua cabeça são as mesmas da queda de qualquer outro fragmento de lixo espacial: uma em vários milhares”, afirma o astrofísico Jonathan McDowell, do Centro Harvard-Smithsonian, nos EUA.

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Maior probabilidade: o oceano

Com mais de 70% da superfície terrestre coberta por oceanos, o cenário mais provável é que a Kosmos 482 termine sua longa jornada no fundo do mar. Ainda assim, as agências de monitoramento espacial seguem acompanhando sua trajetória de forma contínua, para emitir alertas caso surjam riscos mais precisos para regiões habitadas.

Embora as chances de danos sejam remotas, o episódio chama atenção para a crescente preocupação com o lixo espacial. A cada ano, mais satélites e fragmentos orbitais se acumulam ao redor do planeta, e a reentrada descontrolada de objetos como a Kosmos 482 pode deixar de ser uma raridade no futuro.

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