A inovação e a criatividade dos jovens estudantes brasileiros ganham cada vez mais espaço em competições acadêmicas nacionais. Um exemplo recente desse talento emergente vem de São Mateus do Sul, no Paraná, onde três alunos do curso de Desenvolvimento de Sistemas do Colégio Estadual Duque de Caxias se destacaram na primeira Olimpíada de Engenharia Biomédica.
A etapa regional Sul do evento ocorreu na última sexta-feira (09), em Curitiba, na PUC-PR, e agora os estudantes se preparam para disputar a fase final em Minas Gerais.
Os projetos desenvolvidos pelos alunos do Colégio Estadual Duque de Caxias se destacaram em duas áreas cruciais da tecnologia assistiva: auditiva e visual. A jovem Kauane Gabrielle da Silva Pacheco, de apenas 15 anos, conquistou o primeiro lugar na categoria de tecnologia assistiva auditiva. Seu projeto consiste em um aplicativo para celular que capta o som ambiente e o transforma em texto, proporcionando maior autonomia para pessoas com deficiência auditiva.
Kauane explicou sua motivação: “Escolhi a deficiência auditiva porque queria ajudar e dar mais autonomia a pessoas com essa deficiência. A experiência ao desenvolver o projeto foi incrível e algo que vou levar para a vida.” Seu aplicativo tem potencial para transformar a comunicação de muitas pessoas, facilitando o acesso a informações auditivas que, de outra forma, seriam inacessíveis.
Na categoria de tecnologia assistiva visual, os alunos Emmanuel Okonoski e Rafaela Licheski Boschin, ambos também com 15 anos, desenvolveram um projeto inovador que combina óculos e bengala com sensores sônicos. O sistema identifica obstáculos no caminho e alerta o usuário com tempo suficiente para desviar.
“Desenvolvemos um projeto que tem como objetivo auxiliar deficientes visuais a terem maior facilidade de locomoção”, explicou Rafaela. Essa inovação promete melhorar significativamente a mobilidade e a independência de pessoas com deficiência visual.
As Olimpíadas e competições acadêmicas têm se tornado ferramentas essenciais no processo de ensino e aprendizagem, proporcionando aos estudantes experiências valiosas que vão além da sala de aula. Para o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda, a participação dos estudantes nessas competições é fundamental para o desenvolvimento de habilidades práticas e pessoais.
“As competições contribuem para o desenvolvimento de habilidades, trabalho em equipe e administração de prazos e do tempo. Além disso, proporcionam experiências que favorecem o crescimento pessoal e a capacidade de lidar com desafios”, afirmou.
Essas competições incentivam os alunos a aplicar os conhecimentos adquiridos em projetos práticos, preparando-os para desafios futuros no mercado de trabalho e na vida pessoal. O ambiente competitivo também estimula a inovação, a criatividade e o espírito empreendedor, características essenciais para qualquer carreira.
A Olimpíada de Engenharia Biomédica, organizada pelo Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) com o apoio da Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica (SBEB), é uma competição de âmbito nacional que busca integrar estudantes apaixonados por tecnologia e saúde. O objetivo é incentivar esses jovens a desenvolverem soluções inovadoras para problemas relacionados à saúde, com um foco especial em tecnologias assistivas.
O tema da edição deste ano, Tecnologias Assistivas, reflete a crescente importância de desenvolver dispositivos e soluções que melhorem a qualidade de vida das pessoas com deficiências. A competição é dividida em três fases, que vão desde mentorias online para o desenvolvimento dos projetos até a construção de protótipos e a participação em oficinas presenciais.
Na primeira fase, as equipes recebem orientação de mentores especializados para aprimorar suas ideias e desenvolver os protótipos de seus projetos. Na segunda fase, que ocorreu na semana passada, os estudantes paranaenses competiram na oficina de montagem presencial e foram classificados para a etapa nacional.
A terceira e última fase acontecerá em Minas Gerais, onde os campeões regionais de todo o país se enfrentarão em mais um desafio presencial e em uma batalha de pitchs para declarar os vencedores nacionais.
Com a vitória na etapa regional Sul, os estudantes do Colégio Estadual Duque de Caxias agora se preparam para a grande final da Olimpíada de Engenharia Biomédica, que ocorrerá nos dias 17 e 18 de outubro, em Minas Gerais. Essa etapa final será uma oportunidade para os jovens apresentarem suas inovações em um cenário nacional, competindo com as melhores equipes de todo o Brasil.
Além dos desafios técnicos, a final incluirá uma competição de pitchs, onde os estudantes deverão apresentar e defender seus projetos para um júri especializado. Essa fase é crucial, pois permite que os alunos não apenas demonstrem suas habilidades técnicas, mas também sua capacidade de comunicar e vender suas ideias, uma competência essencial no mundo da inovação e do empreendedorismo.
Os três primeiros colocados em cada uma das modalidades (visual, auditiva e motora) serão premiados, e haverá também uma premiação geral, que reconhecerá a instituição de ensino que mais se destacou durante a competição.
Participar de uma competição como a Olimpíada de Engenharia Biomédica pode ter um impacto duradouro na vida acadêmica e profissional dos estudantes. Essas experiências não apenas reforçam o aprendizado técnico, mas também desenvolvem habilidades como trabalho em equipe, resolução de problemas e comunicação eficaz.
Para muitos alunos, esses eventos são a primeira oportunidade de aplicar seus conhecimentos em um contexto real, enfrentando desafios que simulam situações do mundo profissional.
Além disso, a exposição em uma competição nacional pode abrir portas para futuras oportunidades acadêmicas e profissionais. Muitos estudantes que se destacam em competições como essa são reconhecidos por universidades e empresas, o que pode facilitar o ingresso em programas de educação superior e em estágios de prestígio.