Encontrar manchas de bolor em alimentos como pães, queijos ou frutas é algo relativamente comum no dia a dia. Mas, quando ingeridos — mesmo que por acidente — esses produtos podem representar algum perigo à saúde?
Especialistas afirmam que a resposta depende da quantidade consumida e do estado do sistema imunológico da pessoa.
De acordo com a médica gastroenterologista Christine Lee, pessoas com boa saúde intestinal e imunidade equilibrada tendem a não sofrer consequências graves ao consumir pequenas quantidades de alimentos mofados. No entanto, ela ressalta que isso não significa ausência de riscos.
Quando a ingestão é maior, o organismo costuma reagir com sintomas de defesa, como náuseas, cólicas, vômitos e diarreia. Já indivíduos com imunidade comprometida, incluindo idosos, gestantes e pacientes em tratamentos que enfraquecem as defesas do corpo, podem apresentar quadros mais sérios de infecção causados pelos fungos presentes no bolor.
Um ponto importante é que determinados tipos de mofo liberam micotoxinas — substâncias tóxicas que, quando consumidas de forma frequente ou em grandes quantidades, podem causar danos ao fígado, rins e sistema nervoso. A Organização Mundial da Saúde alerta que a exposição prolongada a essas toxinas está associada a risco aumentado de câncer.
Caso alguém perceba que ingeriu um alimento contaminado, a recomendação dos especialistas é repousar, ingerir líquidos e observar o aparecimento de sintomas. Se as reações forem intensas ou não desaparecerem rapidamente, é indicado buscar atendimento médico.
Christine Lee enfatiza que o consumo de alimentos com bolor deve ser evitado sempre que possível. Mesmo quando o mofo está visível apenas em uma pequena parte do produto, ele pode ter se espalhado por toda a estrutura do alimento. Além disso, a presença de bolor pode vir acompanhada de bactérias capazes de causar outras infecções. “Descartar o produto é sempre a decisão mais segura”, reforça a médica.
Leia também: