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A história da humanidade está repleta de mistérios que desafiam nossa compreensão do mundo. Entre eles, a teoria da inversão dos polos magnéticos da Terra é uma das mais fascinantes e, ao mesmo tempo, controversas. Este conceito foi amplamente popularizado pelo livro “A História de Adão e Eva: A Era dos Cataclismos”, escrito por Chan Thomas e publicado pela primeira vez em 1960. Durante décadas, o texto permaneceu envolto em mistério, guardado a sete chaves pela CIA, até que partes dele foram finalmente desclassificadas em 2013. Desde então, a obra ganhou notoriedade, especialmente entre os teóricos da conspiração, alimentando debates acalorados sobre o destino do planeta e a possibilidade de um futuro cataclísmico.
Assuntos abordados
O livro e a teoria de Chan Thomas
Chan Thomas, um engenheiro e teórico pouco conhecido, trouxe à tona uma hipótese inquietante em seu livro: a de que os polos magnéticos da Terra se invertem a cada 6,5 mil anos, resultando em cataclismos de proporções épicas que podem levar à extinção em massa de várias espécies, incluindo a humanidade. Segundo Thomas, esses eventos catastróficos seriam responsáveis por mudanças drásticas no clima e no ambiente, alinhando-se com narrativas bíblicas como os dilúvios de Adão e Eva e de Noé.
Para Thomas, os cataclismos não são apenas fenômenos naturais inevitáveis, mas eventos que podem ser previstos e até mesmo evitados se compreendidos corretamente. Sua teoria sugere que estamos à beira de um novo ciclo de destruição, com sinais de alerta como o aquecimento global e o aumento do nível dos oceanos. Essas ideias, embora controversas, têm encontrado eco em algumas comunidades, especialmente entre os adeptos de teorias da conspiração e aqueles que buscam explicações alternativas para os desafios ambientais que o mundo enfrenta atualmente.
A redescoberta e a popularidade nas redes sociais
O mistério que envolveu o livro de Thomas apenas aumentou seu apelo entre os curiosos. Em 2013, quando a CIA desclassificou 50 páginas do texto original, o público finalmente teve a chance de explorar suas ideias mais a fundo. A publicação subsequente das partes restantes do livro trouxe à luz uma teoria que, até então, havia sido relegada ao esquecimento.
Com a ascensão das redes sociais e a proliferação de plataformas de compartilhamento de informações, o livro ganhou uma nova vida. Discussões sobre a teoria de Thomas começaram a circular amplamente, alimentadas por vídeos no YouTube, posts em blogs e debates em fóruns. Esse ressurgimento de interesse culminou em uma participação significativa no popular podcast “Joe Rogan Experience“, em janeiro de 2024.
No episódio em questão, o youtuber Jimmy Corsetti discutiu a teoria de Thomas com Joe Rogan, destacando a relação entre as anomalias naturais atuais e os ciclos de destruição descritos no livro. A conversa atraiu a atenção de milhões de ouvintes, alcançando mais de 20 milhões de visualizações e gerando um novo impulso para as teorias de Thomas.
As relações com eventos bíblicos
Um dos aspectos mais intrigantes da teoria de Chan Thomas é a ligação que ele faz entre a inversão dos polos magnéticos e eventos bíblicos. Thomas sugere que cataclismos como os dilúvios de Adão e Eva e de Noé podem ter sido causados por essas inversões, argumentando que a humanidade está prestes a enfrentar um terceiro grande dilúvio.
Essas ideias encontram respaldo em interpretações alternativas de textos sagrados, que veem os relatos bíblicos como possíveis registros de eventos geológicos reais. A possibilidade de que tais catástrofes tenham ocorrido no passado e que possam acontecer novamente no futuro adiciona uma camada de urgência e temor às discussões sobre o aquecimento global e outras crises ambientais.
O ceticismo científico
Apesar do apelo popular da teoria de Chan Thomas, a comunidade científica mantém uma postura cética. Martin Mlynczak, um cientista da NASA, é uma das vozes que se posicionaram contra as alegações de Thomas. Segundo Mlynczak, a ideia de que a inversão dos polos magnéticos possa causar cataclismos globais carece de evidências científicas sólidas.
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Ele aponta que, embora o campo magnético da Terra tenha sofrido excursões e mudanças ao longo dos milhões de anos, não há provas de que esses eventos tenham tido um impacto significativo no clima ou na vida na Terra. Para Mlynczak e outros cientistas, alegações extraordinárias, como as feitas por Thomas, exigem provas extraordinárias, que até o momento não foram apresentadas.
Essa refutação científica não impediu, no entanto, que a teoria continuasse a se espalhar, alimentada pela curiosidade popular e pela busca incessante por respostas para os mistérios do mundo.
Conclusão
O livro “A História de Adão e Eva: A Era dos Cataclismos” de Chan Thomas é um exemplo fascinante de como teorias alternativas podem capturar a imaginação do público, especialmente em uma era de incertezas e preocupações ambientais. Embora a teoria da inversão dos polos magnéticos e seus supostos efeitos cataclísmicos sejam amplamente rejeitados pela comunidade científica, o interesse por essas ideias persiste, alimentado por discussões em plataformas de mídia e por personalidades influentes.
Enquanto o debate continua, uma coisa é certa: o legado de Chan Thomas, embora controverso, continuará a ser uma fonte de fascínio e especulação para aqueles que buscam entender os possíveis ciclos de destruição que moldam a história da Terra. Seja qual for a verdade, a narrativa de Thomas nos lembra da complexidade e do mistério do planeta em que vivemos, e da importância de abordar tais temas com um olhar crítico e informado.