Autor: Luiz Veroneze – MTB 9830/PR
O amor pela natureza é um sentimento que transcende gerações e culturas. Em um mundo onde a degradação ambiental se torna cada vez mais evidente, ações comunitárias voltadas para a preservação e recuperação do meio ambiente são essenciais.
Vamos descobrir o impacto desse amor pela natureza nas ações ambientais comunitárias, tomando como exemplo a inspiradora história de Valdir Dalla Vecchia, morador de Marcianópolis, Santo Antonio do Sudoeste, e seu projeto anual de limpeza de rios e rodovias.
O programa Diz Aí Podcast, realizado pelo Jornal da Fronteira, apresentou a história de Valdir Dalla Vecchia, um morador de Marcianópolis que, anualmente, mobiliza mais de 150 pessoas da comunidade para a limpeza de rios e margens de rodovias. Essa iniciativa, que já realizou a sua 17º edição, é um exemplo vivo de como o amor pela natureza pode transformar comunidades e promover a consciência ambiental.
Durante mais de uma hora, Dalla Vecchia conversou com o diretor do Jornal da Fronteira, Luiz Carlos Veroneze, ocasião em que falou de vários assuntos, mas em especial, sobre este projeto que a gente detalha nesta matéria, sobre o recolhimento de lixo em rios e ruas da comunidade de Marcianópolis.
A importância das ações comunitárias
As ações comunitárias desempenham um papel crucial na proteção do meio ambiente. Elas não apenas ajudam a remover o lixo e a poluição, mas também educam e conscientizam a população sobre a importância da preservação ambiental. A participação ativa de membros da comunidade, como Valdir, mostra que todos podem fazer a diferença quando se trata de cuidar do nosso planeta.
“Tudo começou em dos encontros do Grupo Vida em Família, que tem na comunidade de Marcianópolis. Então, certo dia, em um desses encontros, surgiu a ideia de reunirmos a comunidade para fazer a limpeza do rio. Começou com um grupo de famílias, e foi aumentando os envolvidos, amigos e parceiros foram se unindo ao programa. No ano passado, tivemos 182 pessoas envolvidas nas ações de limpeza de rios e rodovias na comunidade. Neste ano, nossa data coincidiu com as colheitas, então muitas pessoas se envolveram nas colheitas e o grupo diminuiu um pouco, em torno de 150 pessoas participaram”, comentou Valdir.
A organização de um projeto de limpeza comunitária requer planejamento e dedicação. A mobilização acontece no Rancho Dalla Vecchia. Valdir e sua equipe começam a preparação às 5 da manhã, com um café da manhã reforçado para todos os voluntários. As equipes são formadas por grupos de cinco a seis pessoas, cada uma liderada por alguém que conhece bem a área. O trabalho começa cedo e, até as 10:30, a maior parte da limpeza já foi concluída. A equipe serve o almoço e na parte da tarde, é só diversão, jogo de bola, de bocha, trilha e caminhada, entre outras atividades que são organizadas no Rancho.
“Após servir um saboroso café, com reviro castelhano e fortaia, entre outras coisas, a gente organiza as equipes de cinco ou seis pessoas. Sempre alguém da comunidade, que conhece o trecho, lidera a equipe. Tivemos a grata satisfação de ter participando conosco, pelo terceiro ano consecutivo, pessoas do Rio Grande do Sul, vindos de Vista Gaúcha, Tenente Portella e Barra do Guarita. Já chegam na sexta-feira, jantam conosco e no sábado participam da nossa limpeza de rios e estradas”, contou ele.
A coleta e destinação do lixo
Um dos aspectos mais impactantes do projeto é a quantidade de lixo coletado. Em um ano, a equipe chegou a retirar cinco toneladas de lixo dos rios e margens de rodovias. O lixo é separado e encaminhado para a coleta seletiva, com o apoio da prefeitura municipal. Esse processo garante que o máximo possível de materiais recicláveis seja reaproveitado, reduzindo o impacto ambiental.
“Neste dia, a gente consegue recolher mais de 5 toneladas de lixo. É incrível o que a gente encontra jogado às margens de rios, isso vai desde garrafas pet, que é o mais comum, até móveis, cadeiras, equipamentos eletrônicos, entre outras coisas.
O projeto de Valdir não seria possível sem o envolvimento ativo da comunidade. Todos os anos, mais de 150 pessoas, incluindo professores, estudantes, membros de entidades beneficentes e moradores locais, se reúnem para participar da limpeza. Essa participação massiva é um testemunho do compromisso da comunidade com a preservação ambiental e da capacidade de mobilização de Valdir.
“Em um dos anos, tivemos uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal que comunicou que, em caso de acidente na rodovia, os organizadores seriam presos. Então, para não comprometer ninguém optamos em não atuar na rodovia, mas mantemos a limpeza das ruas, a gente faz o trevo de acesso à Marcianópolis, vai até a comunidade e faz todas as ruas da comunidade, totalizando cerca de 6 quilômetros de estrada. Quando o tempo está bom, a gente consegue fazer também o recolhimento de lixo em um trecho de aproximadamente 12 quilômetros de rio, em um dia”, destacou Valdir Dalla Vecchia.
O envolvimento para o bem social e ambiental
O sucesso do projeto também depende das parcerias e do apoio de empresas locais. Valdir conta com o patrocínio de várias empresas que fornecem alimentos, equipamentos e outros recursos necessários para a realização do evento. Essa colaboração entre o setor privado e a comunidade é essencial para a sustentabilidade do projeto.
Além da limpeza, o projeto de Valdir inclui atividades de educação ambiental. Palestras com biólogos e especialistas são organizadas para informar os participantes sobre a importância da conservação dos ecossistemas locais e as leis ambientais. Essa abordagem educativa é fundamental para fomentar uma cultura de respeito e cuidado com o meio ambiente.
Os resultados do projeto de limpeza de rios e rodovias são visíveis e significativos. A quantidade de lixo removido, a melhoria na qualidade da água e a redução da poluição nas margens das rodovias são alguns dos benefícios tangíveis. Além disso, o projeto promove a união da comunidade em torno de uma causa comum, fortalecendo os laços sociais e o senso de pertencimento.
Apesar dos sucessos, o projeto enfrenta desafios, como a conscientização contínua das novas gerações e a necessidade de recursos para manter a iniciativa em prol do meio ambiente. No entanto, essas dificuldades também representam oportunidades para expandir o alcance do projeto e envolver ainda mais pessoas na causa ambiental.
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