Filme O Auto da Compadecida 2 bate recordes nos cinemas desde a pandemia

O cinema brasileiro tem muito a celebrar neste fim de ano com a estreia de “O Auto da Compadecida 2”, que chegou às telonas em 25 de dezembro e já se tornou a maior estreia de um filme nacional. Em seu primeiro dia, o longa levou impressionantes 173 mil pessoas aos cinemas, arrecadando R$ 4 milhões e consolidando sua posição como um marco na história do entretenimento brasileiro.

A sequência de um dos maiores clássicos do cinema nacional, “O Auto da Compadecida” (2000), era esperada com ansiedade por fãs de todas as idades. Matheus Nachtergaele, Selton Mello e Virginia Cavendish retomam seus papéis icônicos como João Grilo, Chicó e Rosinha, trazendo de volta a química que encantou o público há mais de duas décadas. A presença de Taís Araújo como a Compadecida, assumindo o papel de Fernanda Montenegro, também chamou atenção e foi amplamente elogiada por sua interpretação carismática e poderosa.

O elenco é completado por Eduardo Sterblitch, Humberto Martins e Fabiula Nascimento, que adicionam novas camadas de humor e drama à narrativa. Sob a direção de Guel Arraes e Flávia Saraiva, e com roteiro assinado por Arraes e João Falcão, “O Auto da Compadecida 2” manteve a essência do original ao mesmo tempo que trouxe uma abordagem contemporânea.

Em um mercado onde as produções internacionais costumam dominar, o feito de “O Auto da Compadecida 2” é ainda mais significativo. O filme desbancou “Ainda Estou Aqui”, longa de Walter Salles que representa o Brasil no Oscar 2024. Com uma estreia de R$ 1,1 milhão e um público de 50 mil pessoas em 7 de novembro, o filme de Salles não alcançou o mesmo impacto imediato. Este contraste destaca a força cultural e emocional que “O Auto da Compadecida 2” exerce sobre o público brasileiro.

Parte do apelo de “O Auto da Compadecida 2” está em sua capacidade de explorar a cultura nordestina com humor, empatia e um toque de magia. A história continua a abordar questões universais como a justiça divina, a ganância e a solidariedade, mas com a leveza e a irreverência que são características do original. As paisagens do sertão, capturadas de maneira magistral pela fotografia do filme, criam um contraste encantador entre a dureza da vida e a beleza da região.

A volta de Matheus Nachtergaele e Selton Mello foi recebida com entusiasmo pelos fãs. Suas interpretações de João Grilo e Chicó permanecem autênticas e divertidas, reafirmando porque são personagens tão queridos na cultura popular. Taís Araújo, por sua vez, trouxe frescor e uma presença marcante ao papel da Compadecida, uma figura central que simboliza justiça e compaixão. O elenco secundário também merece destaque, com performances que enriquecem a narrativa sem tirar o brilho dos protagonistas.

As primeiras críticas destacam a competência dos diretores em equilibrar elementos clássicos e novos. A trilha sonora, que mistura música regional com arranjos modernos, é outro ponto alto. O público também respondeu positivamente, lotando as salas de cinema e compartilhando elogios nas redes sociais. Muitos espectadores ressaltaram o sentimento nostálgico de revisitar personagens queridos, ao mesmo tempo que reconheceram a relevância contemporânea da trama.