Astrônomos e cientistas sempre intrigaram-se com a formação de planetas e a maneira como esses corpos celestes ganham sua característica esfericidade. Novas pesquisas realizadas pela Universidade de Central Lancashire (UCLan) trazem à tona descobertas surpreendentes que desafiam a visão tradicional da formação planetária. Segundo os pesquisadores, planetas jovens tendem a reunir mais material em seus polos, adotando uma forma achatada antes de se tornarem esferas. Mas como exatamente ocorre a formação desses mundos distantes?
A formação de planetas é um dos fenômenos mais fascinantes do cosmos. Esses corpos celestes surgem a partir de discos protoplanetários, anéis de poeira e gás que orbitam ao redor de estrelas. No entanto, a compreensão detalhada desse processo ainda é motivo de intenso debate entre os cientistas.
A teoria mais amplamente aceita, conhecida como a “acreção de núcleo”, postula que partículas de poeira começam a se aglomerar, formando objetos cada vez maiores até se consolidarem como planetas. Outra hipótese intrigante, denominada “instabilidade de disco”, sugere que à medida que um disco massivo em torno de uma estrela esfria, a gravidade pode causar sua fragmentação em um ou mais fragmentos de massa planetária.
No estudo revolucionário conduzido pela equipe da UCLan, simulações computacionais meticulosas foram realizadas para investigar um aspecto até então negligenciado: a forma que os planetas assumem quando ainda estão em sua infância. O co-investigador do estudo, Dr. Dimitris Stamatellos, destaca: “Temos estudado a formação de planetas há muito tempo, mas nunca antes tínhamos pensado em verificar a forma dos planetas como eles se formam nas simulações. Sempre assumimos que eram esféricos.”
Os resultados da pesquisa revelaram que, quando os planetas se formam através do método da “instabilidade de disco”, eles não crescem de maneira uniforme. Pelo contrário, tendem a acumular mais material em seus polos, esticando-se e adotando uma forma oval achatada. À medida que esses planetas jovens continuam a crescer, finalmente assumem a forma esférica que conhecemos. Embora essas descobertas sejam baseadas em simulações, os cientistas enfatizam que observações de planetas jovens podem fornecer evidências para apoiar ou refutar a teoria da “instabilidade de disco” como mecanismo de formação planetária.
A pesquisa da UCLan lança luz sobre um aspecto intrigante e inexplorado da formação de planetas. A descoberta de que planetas jovens podem adotar uma forma achatada antes de se tornarem esferas desafia as suposições convencionais e sugere que nosso entendimento da formação planetária ainda tem muito a ser explorado. À medida que a ciência avança e as observações espaciais se tornam mais precisas, podemos esperar novas revelações emocionantes sobre os mistérios do cosmos e a formação de planetas.