O combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue, zika e chikungunya, tem sido uma prioridade nas agendas de saúde pública em diversas partes do Brasil. Este mosquito, que prolifera rapidamente em ambientes urbanos, representa uma ameaça constante para milhões de brasileiros, principalmente durante o período de chuvas, quando suas larvas encontram condições ideais para se desenvolver.
No Paraná, um projeto inovador promete trazer soluções tecnológicas para enfrentar esse desafio. O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), em parceria com a empresa Dominus, acaba de lançar um edital para selecionar municípios interessados em testar uma plataforma de combate ao Aedes aegypti, chamada Arbomonitor. Este projeto, que integra pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), tem o objetivo de validar uma solução tecnológica que pode transformar a forma como as prefeituras lidam com o controle do mosquito e o monitoramento das áreas de risco.
A plataforma Arbomonitor foi desenvolvida com a proposta de ser uma ferramenta completa para o controle do mosquito Aedes aegypti, oferecendo não apenas dispositivos para medição da infestação, mas também um sistema inteligente de aplicação de inseticidas. A inovação está na combinação dessas tecnologias, que visam otimizar o combate ao mosquito e melhorar a gestão das informações sobre a infestação nas cidades. Ao aderir ao projeto, os municípios selecionados terão a oportunidade de implementar essa plataforma em áreas urbanas específicas, com o objetivo de realizar testes práticos e validar a eficácia da tecnologia.
“Somando a capacidade técnica do Tecpar para atestar a viabilidade da tecnologia com a parceria com os municípios, a ideia é validar essa plataforma inovadora para se tornar mais uma alternativa de combate ao mosquito Aedes aegypti no país”, explica Celso Kloss, diretor-presidente do Tecpar. O Tecpar, que já é reconhecido pelo seu trabalho em inovações tecnológicas e soluções para desafios da saúde pública, destaca que esse projeto está alinhado à missão do instituto de desenvolver e implementar soluções tecnológicas que tragam benefícios diretos para a sociedade.
A Arbomonitor é uma plataforma inteligente que combina coleta de dados, análise em tempo real e gestão de intervenções para o controle da infestação do mosquito. O primeiro passo para implementar a solução é a seleção da área urbana dentro do município onde os testes serão realizados. Após a definição do local, são coletados dados sobre a infestação e instaladas armadilhas específicas para o monitoramento da presença do mosquito.
A plataforma então calcula um Índice Integrado de Risco de Infestação, que é atualizado em tempo real e disponibilizado para os gestores municipais. Com a utilização de mapas de calor, é possível visualizar as áreas mais suscetíveis à proliferação do Aedes aegypti, o que facilita a tomada de decisões rápidas sobre a aplicação de inseticidas e outras medidas preventivas.
A grande inovação da Arbomonitor está no uso de tecnologias de aplicação de inseticidas de forma controlada e eficaz. A cada sete dias, durante três semanas consecutivas, os inseticidas são aplicados nas áreas mapeadas, com o objetivo de eliminar as fêmeas do mosquito, que são as responsáveis pela transmissão das doenças. Esse cronograma leva em consideração o período de incubação do vírus nos mosquitos, sendo uma abordagem inteligente e direcionada, que visa reduzir a infestação de forma progressiva e contínua.
A plataforma Arbomonitor não apenas oferece uma solução tecnológica de ponta, mas também cria uma nova dinâmica de colaboração entre o Tecpar, os municípios e as secretarias de saúde. O projeto prevê que os prefeitos e secretários de saúde acompanhem, em tempo real, o progresso das intervenções realizadas nas áreas mapeadas. Isso permite um controle mais eficiente das ações de combate ao mosquito, proporcionando um feedback rápido e preciso sobre a eficácia das estratégias adotadas.
Ao participar do projeto, os municípios terão a oportunidade de contar com o apoio técnico do Tecpar e da empresa Dominus para a implementação e operação da plataforma. Além disso, a validação da tecnologia nos testes práticos junto às prefeituras contribuirá para aprimorar ainda mais a plataforma, garantindo que ela possa ser utilizada em todo o Brasil como uma ferramenta confiável no combate ao mosquito da dengue.
A introdução de soluções tecnológicas como a Arbomonitor pode ter um impacto significativo no controle de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças como a dengue, zika e chikungunya têm se espalhado rapidamente em várias regiões tropicais e subtropicais do mundo. No Brasil, a luta contra o mosquito é constante, com surtos sazonais e epidemias que afetam milhares de pessoas todos os anos.
Ao utilizar uma plataforma como a Arbomonitor, os municípios terão acesso a dados mais precisos e a uma abordagem mais eficaz no controle da infestação. Além disso, o sistema de gestão integrado permite que os gestores públicos tomem decisões mais informadas e oportunas, aumentando as chances de sucesso no combate ao mosquito.
A plataforma também pode contribuir para a redução do uso indiscriminado de inseticidas, uma vez que a aplicação será feita de maneira mais precisa e controlada. Isso não só otimiza o uso dos recursos disponíveis, mas também reduz o impacto ambiental e os riscos à saúde pública relacionados ao uso excessivo de produtos químicos.
O Tecpar publicou um edital de credenciamento público para selecionar os municípios que desejam participar do projeto de validação tecnológica da plataforma Arbomonitor. Para se inscrever, os municípios precisam demonstrar interesse em implementar a solução em áreas específicas da cidade e colaborar com a coleta de dados e monitoramento da infestação do mosquito. O processo de inscrição é simples e visa garantir que as cidades selecionadas estejam preparadas para colaborar efetivamente no projeto.
A participação no projeto oferece aos municípios uma oportunidade única de testar uma solução inovadora e eficaz no combate ao Aedes aegypti. Além disso, ao integrar o projeto de PD&I, as cidades podem contribuir diretamente para o desenvolvimento de novas tecnologias que poderão ser utilizadas em outras regiões do Brasil e do mundo, ajudando a combater uma das maiores ameaças à saúde pública global.