Neil Gaiman, renomado autor britânico conhecido por obras como “Sandman” e “Coraline”, está enfrentando sérias acusações de abuso sexual. Um novo relatório da revista Vulture revelou que pelo menos oito mulheres, incluindo ex-funcionárias e fãs, relataram experiências de coerção e agressão sexual por parte do autor. As alegações abrangem um período de mais de 20 anos, levantando questões sobre consentimento e poder nas relações pessoais e profissionais de Gaiman.
Neil Gaiman, de 64 anos, é amplamente reconhecido por suas contribuições à literatura de fantasia e por suas adaptações para a televisão. No entanto, as recentes alegações de abuso sexual lançaram uma sombra sobre sua carreira. O relatório da Vulture detalha experiências perturbadoras de várias mulheres, incluindo Scarlett Pavlovich, que trabalhou como babá para Gaiman e sua ex-esposa, Amanda Palmer.
Pavlovich relatou que, durante uma visita à casa de Gaiman na Nova Zelândia, ele a encorajou a tomar um banho e, em seguida, se juntou a ela na banheira, onde a agrediu sexualmente. Ela descreveu a situação como uma violação clara de consentimento, afirmando que Gaiman a forçou a participar de atos sexuais degradantes, incluindo o uso de manteiga como lubrificante para sexo anal.
Outra mulher, Kendra Stout, alegou que Gaiman a forçou a ter relações sexuais dolorosas e que ele ignorou seus pedidos para não a penetrar durante uma infecção urinária. Stout também relatou que Gaiman a agrediu fisicamente, utilizando um cinto durante suas interações.
As alegações não se limitam a essas duas mulheres. Caroline Wallner, que viveu na propriedade de Gaiman, também compartilhou experiências de coerção sexual, afirmando que ele a pressionou a ter relações sexuais em troca de moradia. Ela recebeu uma oferta de $300.000 para assinar um acordo de não divulgação após o término de sua relação com Gaiman.
As reações a essas alegações têm sido intensas, com muitos na comunidade literária divididos entre apoiar as vítimas e defender Gaiman. O impacto das acusações já se fez sentir na carreira do autor, com a produção da terceira temporada de “Good Omens” sendo reduzida a um único episódio de 90 minutos e a Disney pausando a adaptação de “The Graveyard Book”.
Gaiman e seus representantes negaram todas as acusações, insistindo que todas as interações foram consensuais. No entanto, a gravidade das alegações e o padrão de comportamento descrito por várias mulheres levantam questões sérias sobre a dinâmica de poder e consentimento nas relações de Gaiman.
O caso continua a se desenrolar, e a discussão sobre responsabilidade e consentimento na indústria do entretenimento está mais relevante do que nunca.