Por que nunca será possível pousar em Júpiter ou Saturno

Itaipu Beneficiados Ebanner 300x250px 1

Na vastidão do Sistema Solar, dois planetas se destacam não apenas por seu tamanho colossal, mas também pelos desafios quase intransponíveis que impõem à exploração humana: Júpiter e Saturno. Esses gigantes gasosos, embora deslumbrantes à distância, escondem uma realidade brutal sob suas camadas de nuvens: uma combinação de elementos e forças que tornam o pouso simplesmente inviável, mesmo com as tecnologias mais avançadas.

Ao contrário da Terra, Marte ou mesmo da Lua, que possuem superfícies sólidas e bem definidas, Júpiter e Saturno são compostos predominantemente por gases leves, como hidrogênio e hélio. Essa composição, somada a fenômenos atmosféricos extremos, impede qualquer tentativa realista de aterrissagem. Ainda que sejam alvos de fascínio e estudo contínuo, esses mundos permanecem, literalmente, inalcançáveis.

Por que nunca será possível pousar em Júpiter ou Saturno

Gigantes gasosos

Para compreender por que não é possível pousar nesses planetas, é preciso entender sua estrutura. Júpiter e Saturno não têm solo. Não existe uma superfície firme para uma nave pousar. À medida que se desce por suas camadas gasosas, a densidade e a pressão aumentam exponencialmente. Em vez de encontrar um chão, o que ocorre é uma transição gradual para um ambiente cada vez mais hostil, onde os gases passam para o estado líquido devido à pressão colossais — e, eventualmente, as sondas são esmagadas ou derretidas.

De acordo com a NASA, no núcleo de Júpiter, a temperatura pode ultrapassar os 7.000 °C — mais quente que a superfície do Sol. Nenhum material fabricado até hoje seria capaz de suportar esse ambiente por muito tempo. A descida seria, na melhor das hipóteses, uma jornada suicida para qualquer tipo de nave, mesmo que automatizada. O ambiente começa hostil já nas camadas superiores, repletas de nuvens de amônia que dificultam a penetração de sondas e comprometem sensores visuais.

LER >>>  Fenômenos naturais que a ciência ainda não consegue explicar

Atmosferas violentas e núcleos difusos

Não bastasse a ausência de um solo real, Júpiter e Saturno são planetas com atmosferas extremamente turbulentas. A Grande Mancha Vermelha de Júpiter, por exemplo, é uma tempestade que já dura séculos, com ventos que ultrapassam 600 km/h. Saturno, por sua vez, abriga tempestades de proporções colossais e relâmpagos milhares de vezes mais potentes que os da Terra.

Por que nunca será possível pousar em Júpiter ou Saturno

Até pouco tempo, acreditava-se que esses planetas teriam, ao menos, um núcleo sólido — um ponto final para a queda, uma base que delimitaria o fim da atmosfera. Porém, as missões espaciais Juno (em Júpiter) e Cassini (em Saturno) mostraram algo inesperado: os núcleos desses gigantes são difusos, ou seja, não há uma transição clara entre gás, líquido e uma estrutura central definida. O centro planetário se mistura gradualmente às camadas externas, formando uma espécie de “sopa densa” sem limites definidos.

Essa característica torna ainda mais difícil imaginar qualquer possibilidade de pouso. Mesmo que uma nave hipotética suportasse a pressão e o calor extremos, ela simplesmente afundaria indefinidamente até ser desintegrada, sem nunca encontrar um ponto fixo.

LEIA MAIS: Cabeça gigante de mármore é achada em Roma em meio a ruínas medievais