Na vastidão do Sistema Solar, dois planetas se destacam não apenas por seu tamanho colossal, mas também pelos desafios quase intransponíveis que impõem à exploração humana: Júpiter e Saturno. Esses gigantes gasosos, embora deslumbrantes à distância, escondem uma realidade brutal sob suas camadas de nuvens: uma combinação de elementos e forças que tornam o pouso simplesmente inviável, mesmo com as tecnologias mais avançadas.
Ao contrário da Terra, Marte ou mesmo da Lua, que possuem superfícies sólidas e bem definidas, Júpiter e Saturno são compostos predominantemente por gases leves, como hidrogênio e hélio. Essa composição, somada a fenômenos atmosféricos extremos, impede qualquer tentativa realista de aterrissagem. Ainda que sejam alvos de fascínio e estudo contínuo, esses mundos permanecem, literalmente, inalcançáveis.

Gigantes gasosos
Para compreender por que não é possível pousar nesses planetas, é preciso entender sua estrutura. Júpiter e Saturno não têm solo. Não existe uma superfície firme para uma nave pousar. À medida que se desce por suas camadas gasosas, a densidade e a pressão aumentam exponencialmente. Em vez de encontrar um chão, o que ocorre é uma transição gradual para um ambiente cada vez mais hostil, onde os gases passam para o estado líquido devido à pressão colossais — e, eventualmente, as sondas são esmagadas ou derretidas.
De acordo com a NASA, no núcleo de Júpiter, a temperatura pode ultrapassar os 7.000 °C — mais quente que a superfície do Sol. Nenhum material fabricado até hoje seria capaz de suportar esse ambiente por muito tempo. A descida seria, na melhor das hipóteses, uma jornada suicida para qualquer tipo de nave, mesmo que automatizada. O ambiente começa hostil já nas camadas superiores, repletas de nuvens de amônia que dificultam a penetração de sondas e comprometem sensores visuais.
Atmosferas violentas e núcleos difusos
Não bastasse a ausência de um solo real, Júpiter e Saturno são planetas com atmosferas extremamente turbulentas. A Grande Mancha Vermelha de Júpiter, por exemplo, é uma tempestade que já dura séculos, com ventos que ultrapassam 600 km/h. Saturno, por sua vez, abriga tempestades de proporções colossais e relâmpagos milhares de vezes mais potentes que os da Terra.

Até pouco tempo, acreditava-se que esses planetas teriam, ao menos, um núcleo sólido — um ponto final para a queda, uma base que delimitaria o fim da atmosfera. Porém, as missões espaciais Juno (em Júpiter) e Cassini (em Saturno) mostraram algo inesperado: os núcleos desses gigantes são difusos, ou seja, não há uma transição clara entre gás, líquido e uma estrutura central definida. O centro planetário se mistura gradualmente às camadas externas, formando uma espécie de “sopa densa” sem limites definidos.

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Essa característica torna ainda mais difícil imaginar qualquer possibilidade de pouso. Mesmo que uma nave hipotética suportasse a pressão e o calor extremos, ela simplesmente afundaria indefinidamente até ser desintegrada, sem nunca encontrar um ponto fixo.
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