A Microsoft confirmou nesta quarta-feira (2) uma nova rodada de demissões que afetará cerca de 4% de sua força de trabalho global, o equivalente a aproximadamente 9 mil funcionários. O anúncio foi divulgado por meio de um comunicado oficial enviado às agências de notícias AFP e Bloomberg.
O corte acontece apenas dois meses após a empresa já ter dispensado outros 6 mil colaboradores, demonstrando uma reestruturação contínua em meio às exigências de um mercado altamente competitivo e em constante transformação.
Segundo a própria companhia, a decisão tem como objetivo “melhor posicionar a empresa e suas equipes para o sucesso em um mercado dinâmico”. Embora não tenha sido detalhado se o Brasil será diretamente afetado, a Microsoft informou que os desligamentos atingirão diversas áreas, regiões e turnos de trabalho. Entre os setores afetados, destaca-se a divisão de jogos — uma das frentes mais estratégicas da companhia nos últimos anos, especialmente após aquisições importantes como a da Activision Blizzard.
A Bloomberg apurou que alguns títulos em desenvolvimento foram cancelados, incluindo “Everwild”, que estava sendo produzido pelo mesmo estúdio responsável por “The Elder Scrolls Online”. Além disso, a divisão King, conhecida mundialmente pelo sucesso do jogo “Candy Crush”, terá aproximadamente 200 funcionários dispensados, o que representa 10% de sua equipe atual. Esses cortes sinalizam uma reavaliação das prioridades dentro do ecossistema de entretenimento digital da Microsoft, mesmo após investimentos robustos no segmento de games.
Essas demissões ocorrem em um cenário de reajuste estratégico, comum entre grandes empresas de tecnologia que buscam manter competitividade e foco em inovação, enquanto enfrentam desafios como inflação global, ajustes de demanda e novas tendências em inteligência artificial e serviços em nuvem.
A Microsoft, embora financeiramente estável e uma das líderes globais do setor, tem seguido uma linha de contenção de custos e redistribuição de recursos — movimento que já vem sendo adotado por outras gigantes do setor, como Amazon, Google e Meta.
A ausência de informações detalhadas sobre quais países ou unidades serão mais impactados deixa margem para especulações e atenção por parte dos colaboradores, especialmente em mercados emergentes como o Brasil. A medida reforça uma tendência que vem se consolidando desde 2023: o enxugamento de quadros em setores de alta tecnologia, mesmo entre empresas altamente lucrativas.
O futuro das operações da Microsoft dependerá agora da eficiência dessa reestruturação e da capacidade da empresa em alinhar inovação, sustentabilidade e adaptabilidade organizacional diante das exigências de um cenário global em mutação acelerada.
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