Pelo terceiro ano seguido, as micro e pequenas empresas foram as grandes protagonistas na geração de novos postos de trabalho no país. De acordo com o estudo feito pelo Sebrae a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), os pequenos negócios responderam por 8 em cada 10 empregos criados na economia em 2023.
No acumulado do ano, o Brasil alcançou um saldo de 1,48 milhão de novas contratações, o que resultou no menor patamar de desemprego registrado desde 2014. Desse total, as MPE criaram 1,18 milhão de empregos (80,1%) e as médias e grandes empresas responderam por 209,99 mil vagas, o equivalente a 14,2% do total.
Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, o estudo comprova a importância fundamental que os pequenos negócios têm para a economia e para a população brasileira. “As pequenas empresas são o principal motor da nossa economia e responsáveis pela sobrevivência de 86,5 milhões de brasileiros, o que equivale a aproximadamente 40% da população do país”, comenta.
“Nós estamos trabalhando, juntamente com o governo federal, para ampliar e qualificar a participação dessas empresas, que hoje representam aproximadamente 30% do Produto Interno Bruto (PIB). Acreditamos que esses números podem ser ainda melhores este ano, na medida em que a taxa Selic caia com uma velocidade maior. Com mais inovação, mais acesso a crédito e um melhor ambiente de negócios, esses empreendedores poderão contribuir ainda mais com a redução das desigualdades sociais e com o desenvolvimento sustentável”, acrescenta.
No acumulado do ano, o setor de Serviços liderou a criação de empregos. Entre as MPE, foram 631 mil novas vagas; já entre as MGE, o saldo foi de 181,87 mil novos empregos. Outros setores como Comércio (263,25 mil) e Construção (180,52 mil) se destacaram entre as micro e pequenas empresas, sendo que nenhum dos setores ficou com saldo negativo entre janeiro e dezembro. Já entre as médias e grandes, os outros destaques foram para a Indústria da Transformação (23,5 mil vagas) e o Comércio (13,23 mil).
Entre as atividades econômicas, o destaque no ano passado foi para “Restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas” (responsável por 69 mil contratações), “Construção de edifícios” (com 58,1 mil vagas) e “Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – hipermercados e supermercados” (com 47,9 mil vagas).
No último mês de 2023, a diferença entre o total de admissões e demissões gerou saldo negativo de 430 mil vagas. Esse resultado é similar ao que tem ocorrido nos últimos anos.
Entre as micro e pequenas empresas, foram fechados 178 mil postos de trabalho; já entre as médias e grandes, o saldo negativo foi de 195 mil vagas. Do saldo total de postos encerrados, as MPE representaram 41,4%, enquanto as MGE corresponderam a 45,4%.
Contudo, comparando o saldo negativo do último mês de dezembro com o saldo de dezembro de 2022, quando foram encerrados 455,7 mil postos de trabalho, é possível constatar que houve uma redução no número de empregos encerrados.
No último mês de dezembro, as atividades que mais contribuíram para a geração de empregos foram “Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – hipermercados e supermercados” (com 7,6 mil vagas), “Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios” (4,8 mil empregos) e “Hotéis e similares” (3,6 novas vagas).