Na noite da última quarta-feira, 23 de abril, moradores de diversas cidades de Santa Catarina e do Sul do Brasil foram surpreendidos por um espetáculo celeste de tirar o fôlego: um meteoro cruzou o céu e explodiu com intensidade suficiente para transformar a escuridão da noite em um clarão esverdeado. O evento foi registrado por observadores atentos e repercutiu rapidamente nas redes sociais, despertando a curiosidade de astrônomos e entusiastas do espaço.
Entre os primeiros a captar o fenômeno estava Jocimar Justino, astrônomo amador que administra o perfil Meteoros Monte Castelo – SC. Utilizando uma câmera voltada para o céu, Justino conseguiu captar o rastro luminoso do meteoro por cerca de 10 segundos. No entanto, como o equipamento opera no infravermelho, a gravação não revelou a intensa coloração esverdeada relatada por testemunhas oculares.
O amigo de Justino, Gustavo Pimentel, foi um dos que presenciaram o fenômeno de forma impressionante. Segundo ele, o clarão foi tão forte que chegou a iluminar completamente uma plantação em Monte Castelo. O relato foi compartilhado com entusiasmo nas redes sociais e logo encontrou eco em outros registros semelhantes feitos em diversas localidades.
Por que o meteoro brilhou em verde?
Segundo o projeto EXOSS, uma rede colaborativa de ciência cidadã que estuda meteoros em parceria com instituições científicas, a tonalidade verde intensa do meteoro é resultado de reações químicas que ocorrem quando o objeto entra na atmosfera terrestre. A interação entre o calor gerado pelo atrito e os elementos presentes no meteoro — como níquel, magnésio e cobre — pode gerar emissões luminosas em diferentes cores, sendo o verde uma das mais comuns nesses casos.
Além disso, a energia transferida para a atmosfera durante a entrada do meteoro colabora para esse espetáculo de luzes, que é amplificado pela velocidade e pela composição química do corpo celeste.
Fenômeno foi registrado em outros estados do Sul
O impacto visual não ficou restrito a Santa Catarina. O Observatório Heller & Jung, que monitora o céu da região Sul, confirmou que o meteoro também foi visível em cidades do Rio Grande do Sul e do Paraná. De acordo com os astrônomos do observatório, o meteoro veio da direção do oceano Atlântico e teria se desintegrado sobre o continente, próximo à Serra Gaúcha. A análise dos dados ainda está em curso, mas há expectativa de que fragmentos — os chamados meteoritos — possam ter chegado ao solo.
No litoral norte do Rio Grande do Sul, especialmente na região de Torres, moradores relataram ter ouvido um estrondo semelhante ao de uma explosão, seguido por uma queda luminosa. Essas informações reforçam a possibilidade de que partes do meteoro tenham sobrevivido à passagem atmosférica e estejam agora em algum ponto ainda não identificado do solo.
Conclusão
A explosão do meteoro sobre o Sul do Brasil reforça a importância da observação constante do céu e do trabalho colaborativo entre cientistas e cidadãos. Mais do que um espetáculo visual, esses eventos oferecem valiosos dados para a astronomia e lembram que nosso planeta está em constante interação com o cosmos. A busca por fragmentos no solo e a análise do material coletado podem, inclusive, trazer pistas inéditas sobre a origem do meteoro e sua composição, ampliando nosso conhecimento sobre os corpos celestes que orbitam nosso sistema solar.
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