A Metalúrgica Mapin completa 20 anos marcada por esforço contínuo, superação e reinvenção. Fundada por Valdir Renneri, o Pino, a empresa se tornou referência na Tri Fronteira ao consolidar um trabalho baseado em dedicação e qualidade. A trajetória reúne desafios, crises e decisões difíceis, mas também revela a força de uma família que transformou a metalurgia em um legado sólido em Barracão.
A gênese da Mapin: quando dois apelidos viram um sonho coletivo
A origem da Metalúrgica Mapin é simples, quase caseira, como muitas iniciativas que se tornam grandes sem perceber. Em 2006, dois amigos conversavam sobre a necessidade de abrir uma metalúrgica na região. A ideia surgiu sem grandes cerimônias: “Vamos botar uma metalúrgica?” — e a resposta, direta, modificou o rumo da vida deles. O nome nasceu dos apelidos dos fundadores, e a Mapin foi tomando forma entre máquinas improvisadas, capital curto e muito trabalho manual.
Nos primeiros dois anos, a sociedade seguiu unida, mas uma mudança natural no caminho levou o sócio a se retirar. Foi então que o irmão de Pino, o Cito, assumiu o posto. A dupla, com perfis complementares, manteve o negócio de pé mesmo quando não havia recursos suficientes para ferro, máquinas ou modernização. Cada conquista era comemorada. Cada cliente satisfeito era um incentivo. E, aos poucos, o nome Mapin começou a circular pela região de Barracão como sinônimo de trabalho honesto.
O caderno que virou símbolo da empresa
Enquanto muitas empresas nascem digitais, a Mapin nasceu escrita à mão — literalmente. Pino sempre carregou consigo um caderno onde anotava cada pedido, cada negociação, cada detalhe que não podia ser esquecido. O hábito vem da juventude, dos tempos em que trabalhar era questão de necessidade e organização significava sobrevivência.
Hoje, a empresa evoluiu, tem secretária, computadores, sistema de pedidos, emissão digital e fluxo atualizado. Mas o caderninho continua lá. Não por falta de tecnologia, mas porque ali está a essência do modo Mapin de administrar: registrar para não falhar, acompanhar para não perder o controle, revisitar para aprender. Para muitos empresários, é apenas um objeto. Para Pino, é arquivo histórico e ferramenta de gestão.
A marca da superação: quando a empresa quase fechou as portas
Nem toda história de 20 anos é feita apenas de vitórias. Em 2013, 2014 e 2015, a Mapin enfrentou os anos mais difíceis de sua existência. Com 26 funcionários, compromissos assumidos e uma crise nacional atingindo em cheio pequenas e médias empresas, os boletos se acumulavam, fornecedores cortavam a entrega de materiais e o caixa simplesmente não fechava.
Pino relembra esse período como o momento em que foi preciso “pulso firme” para não desistir. Houve cortes, renegociações, decisões duras. A metalúrgica oscilava entre a esperança e o risco real de fechar. Mas a resiliência venceu. O que poderia ter sido o fim, tornou-se lição.
A chegada da pandemia, anos depois, trouxe novos aprendizados — desta vez, sobre o rigor nos pagamentos e a necessidade de evitar vendas fiadas. Paradoxalmente, foi em meio ao cenário mais incerto do país que a Mapin encontrou estabilidade. A disciplina financeira e a reorganização interna fortaleceram a empresa.
Crescimento, inovação e o salto para os pré-moldados
A Mapin não é mais apenas uma metalúrgica de janelas, portas e grades. A trajetória de expansão começou ainda em 2013, com a compra de um caminhão munck equipado para permitir novos serviços. Depois veio o segundo veículo, possibilitando a entrada definitiva no segmento de galpões pré-moldados — inclusive estruturas de dois pisos.
Essa diversificação ampliou o alcance da empresa, que hoje atua não só em Barracão, mas também em municípios vizinhos e até em áreas do Rio Grande do Sul. Onde há obra grande, há potencial para a Mapin estar presente.
Essa decisão de se reinventar foi crucial para atravessar tempos de crise e manter o ritmo de crescimento. Não era mais suficiente entregar portões e esquadrias; era preciso oferecer soluções completas.
A chegada da vidraçaria: uma nova geração assume responsabilidades
Com o tempo, a metalúrgica abriu mais uma frente de atuação: vidro temperado, box para banheiro, janelas de alumínio com sistemas modernos, incluindo persianas automatizadas. A qualificação da equipe cresceu, com cursos técnicos em Francisco Beltrão e treinamento constante para acompanhar o mercado.
Essa fase marcou também o início da sucessão familiar. Os dois filhos de Pino entraram para a equipe, trazendo nova energia, habilidades diversificadas e a vontade de continuar o legado da família.
A combinação entre experiência e juventude colocou a Mapin em um novo patamar. Clientes passaram a contratar a empresa não apenas pela tradição, mas pela capacidade de entregar projetos completos — do ferro ao vidro.
Qualidade como regra: o diferencial que fideliza gerações
Pino é categórico: “Se tu entrega um produto bem feito, você tem um cliente para toda a vida”. Essa filosofia é repetida diariamente aos colaboradores. A Mapin não entrega peças com defeito. Se algo deu errado, refaz. Se o acabamento não está bom, corrige.
O preço, muitas vezes mais alto do que alguns concorrentes, não afasta clientes. Pelo contrário: reforça a reputação da empresa. A confiança construída ao longo de 20 anos é sustentada pela qualidade inegociável e pela transparência no atendimento.
O índice de reclamações é baixíssimo. A cada 100 entregas, apenas 3% voltam para ajustes — e isso é motivo de orgulho. A Mapin cresceu porque não cortou caminho. Cresceu porque se manteve fiel ao que sabe fazer: entregar o melhor possível.
O futuro: uma empresa sólida, familiar e respeitada
Chegar aos 20 anos não é apenas um marco cronológico. É o reconhecimento de uma empresa que faz parte da história da Tri Fronteira. A Mapin está diante de um novo ciclo: moderna, diversificada, estruturada e com sucessores prontos para continuar a jornada.
A comemoração do aniversário terá um gesto simbólico: os 20 primeiros clientes registrados no famoso caderno serão convidados para cortar o bolo. Um agradecimento concreto a quem acreditou na empresa quando ela ainda engatinhava.
É um tributo à memória, às dificuldades, ao esforço coletivo e à persistência de uma família que encontrou no ferro, no vidro e no concreto uma forma de deixar marca.
CONCLUSÃO
Duas décadas de história não são resultado do acaso. A Metalúrgica Mapin prova que empresas sólidas se constroem na soma dos acertos, na coragem de enfrentar crises e na humildade de aprender com o próprio caminho. Barracão viu a evolução da Mapin passo a passo: do pequeno galpão ao complexo de serviços que hoje atende toda a região. A história de Pino, Cito e seus colaboradores é, acima de tudo, a história de uma postura diante da vida — uma postura que valoriza qualidade, respeito ao cliente e responsabilidade. E que venham mais 20 anos de conquistas. Para acompanhar matérias especiais sobre a Tri Fronteira, empreendedorismo regional e histórias inspiradoras, siga acompanhando o Jornal da Fronteira.


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