Mês de alerta ao câncer de cabeça e pescoço pauta debate na Comissão de Saúde

O câncer de cabeça e pescoço é o terceiro com maior incidência no Brasil, tanto em homens quanto em mulheres, causando cerca de 10 mil mortes ao ano. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), para cada ano do triênio 2023-2025, são esperados no Brasil quase 50 mil casos de cânceres nas cavidades oral/laringe/tireoide/pele melanoma.

Para conscientizar, refletir e avançar na adoção de políticas públicas efetivas para essa enfermidade em Santa Catarina, a Comissão de Saúde do Parlamento reuniu nesta quarta-feira (10) pela manhã representantes da Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço (ACBG Brasil) e da Secretaria de Saúde do Estado. A iniciativa do presidente do colegiado, deputado Neodi Saretta (PT) contou com a presença da advogada da ACBG, Ana Paula Guedes, da médica especialista em reabilitação bucomaxilofacial,doutora Cleumara Kosmann, o secretário adjunto da pasta da Saúde do Estado, Fernando Araújo, e  pacientes, que conseguiram retomar suas vidas depois de serem diagnosticados com a enfermidade.

Julho Verde

Como informou Saretta, o desafio é dar destaque nessa doença para avançar nas políticas públicas de saúde em Santa Catarina. “Essa ação visa ainda refletir e alertar a população sobre a importância do autocuidado e atenção aos primeiros sinais e sintomas da doença”, pontuou.  
O deputado destaca que a Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço (ACBG Brasil) promove o Julho Verde com o lançamento da 8ª Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço, com o tema “Vejo flores em você! Não permita que tumores brotem!”.
Pautas atendidas

Ana Paula Guedes, advogada da ACBG, reforça a importância do mês Julho Verde, que busca dar visibilidade ao câncer de cabeça e pescoço que já é o terceiro com maior incidência no Brasil. “Temos o apoio e o acolhimento do Parlamento, através da Comissão de Saúde, para os nossos pleitos e demandas”, elogiou.

Mais visibilidade

A médica Cleumara Kosmann destacou a importância da implantação do serviço de Reabilitação Bucomaxilofacial em Santa Catarina. No entanto, destacou que é necessário avançar e ampliar os atendimentos.

“É um trabalho de alta complexidade, mas precisamos de ajustes para avançar”, constatou, informando é necessário dar visibilidade a essa enfermidade. “As campanhas são importantes para que exista prevenção e diagnóstico precoce”, observou.

Ela pontua que um desafio é a necessidade de aumentar o número de próteses fornecidas no Estado pelo SUS. “Avançar nesse serviço porque há uma demanda reprimida. E os  pacientes têm que ter acesso a informação,de que tem o tratamento em Santa Catarina. A divulgação é fundamental”.

O deputado Saretta concordou que é necessário dar visibilidade maior à doença. “Santa Catarina dispõe de um serviço público gratuito que oferece esse atendimento, mas que precisa avançar e de divulgação”, observou.

A paciente Sueli narrou que sua vida mudou depois da intervenção de uma prótese bucomaxilofacial. “Só tomei conhecimento que Santa Catarina fornecia, pelo SUS,  essa cirurgia pela minha fonoaudiologia. Corri atrás. Lutei um ano para conseguir”, disse.   

Representantes da Secretaria da Saúde concordaram com a necessidade de dar mais visibilidade para a divulgação desse serviço disponibilizado pelo Estado. “O nosso intuito é cuidar bem dos catarinenses. Temos um contrato, que está em seu quinto aditivo no valor de R$ 466 mil, para que mais pessoas e profissionais habilitados possam participar desse serviço”, informou o secretário adjunto da pasta, Fernando Araújo, acrescentando que o governo quer oferecer tecnologia de ponta para melhorar a vida dos pacientes. “Estamos  preocupados em dar transparência e avançar”, destacou.

O deputado Neodi Saretta concluiu que a Comissão de Saúde tem atuado com cobranças efetivas e pontuais junto a pasta da Saúde. “Há a necessidade de aumento do número de próteses e divulgação desse serviço, que é fornecido pelo SUS, bem como a melhoria do fluxo e abertura de serviços especializados para a reabilitação bucomaxilofacial”, constatou.

A doença

Os tumores de cabeça e pescoço são uma denominação genérica do câncer que se localiza em regiões como boca, língua, palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, esôfago, tireóide, seios paranasais, fossas nasais e glândulas salivares. Presença de caroço, feridas que não cicatrizam, dor de garganta persistente, dificuldade para engolir e alterações na voz são alguns dos sinais associados a esses tipos de câncer.

Entre as principais causas que podemos apontar para a incidência destas doenças estão: o tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas, a infecção causada pelo vírus HPV e a falta do uso de protetor solar, dentre outras. O tratamento precoce é fundamental, porém, um dos principais problemas é o diagnóstico tardio.

Para alertar a população para a importância da prevenção, foi criada a campanha Julho Verde, alusiva ao Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, celebrado no dia 27 de julho.

Saúde mental materna

Ainda na reunião desta quarta (10), foi aprovado por unanimidade o PL 194/2024, de autoria do deputado Marquito (Psol), que institui o mês da Saúde Mental Materna – Maio Furta-Cor, dedicado às ações de conscientização, incentivo ao cuidado e promoção da saúde mental materna.

O colegiado endossou o relatório favorável emitido pelo deputado Sérgio Guimarães (União). O projeto, que recebeu emenda substitutiva do deputado Fabiano da Luz (PT), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), segue para votação em Plenário.  

Seminário

De autoria do deputado Fernando Krelling (MDB) foi aprovado, por unanimidade, a realização de um seminário, com a participação da Escola do Legislativo, com data e local a definir,para discutir políticas públicas para pacientes com doença de Parkinson.