Na quarta-feira (28) e durante algumas semanas desde então, os entusiastas da astronomia terão uma missão difícil: encontrar Mercúrio e Saturno no vasto panorama do céu noturno. Estes dois planetas, tão familiares para os observadores regulares, serão temporariamente eclipsados pela luz radiante do Sol, em um evento conhecido como conjunção solar.
Às 5h52 da manhã, horário de Brasília, Mercúrio iniciará sua conjunção solar superior, estando a uma distância de 57,236 milhões de km do astro rei. Este fenômeno, que ocorre a cada 116 dias, marca o momento em que Mercúrio está posicionado do lado oposto do Sol em relação à Terra. Com uma separação de apenas 1°49′, o planeta se tornará virtualmente invisível aos olhos dos observadores, perdendo-se na vastidão do brilho solar. Essa fase de “desaparecimento” assinala sua transição para se tornar um objeto vespertino nas próximas semanas.
Da mesma forma, Saturno seguirá o mesmo destino às 18h15, a uma distância ainda mais impressionante de 1 bilhão e 602 milhões de km do Sol. Com uma separação de 1°37′, sua luz será ofuscada pelo brilho solar, permanecendo oculto por longas semanas. No entanto, ao contrário de Mercúrio, Saturno ressurgirá no horizonte leste no final das madrugadas quando voltar a ser visível.
Mas quando podemos esperar ver novamente esses dois destemidos planetas pontuando o céu noturno? Segundo Marcelo Zurita, renomado especialista em astronomia, Mercúrio deve retornar à nossa visão celeste por volta de 15 de março, emergindo no horizonte oeste no início das noites. Quanto a Saturno, podemos aguardar sua aparição no final das madrugadas a leste, aproximadamente em 20 de março, onde estará visualmente próximo a Vênus, culminando em uma fascinante conjunção em 22 de março.
Enquanto aguardamos o retorno desses titãs do sistema solar à nossa vista, aproveitemos para contemplar a vastidão do cosmos e refletir sobre nossa posição neste universo em constante movimento e transformação. O espetáculo celeste, com sua beleza e mistério, continua a nos surpreender e inspirar, lembrando-nos da infinita maravilha que é o universo ao nosso redor.