O mercado do milho no Brasil apresentou uma semana de estabilidade nos preços, com a colheita da safrinha de 2024 avançando significativamente. Esta análise se baseia nos dados fornecidos pela Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema) e outras entidades agrícolas.
Os preços do milho no Brasil mantiveram-se estáveis, conforme análise semanal da Ceema. A média gaúcha fechou a semana a R$ 57,64 por saco, enquanto as principais praças locais registraram R$ 54,00. Nas demais regiões do país, o preço variou entre R$ 38,00 e R$ 58,00 por saco. Essa estabilidade reflete um equilíbrio entre a oferta e a demanda, influenciado pelas condições climáticas e pelo progresso da colheita.
Fatores de estabilidade
A manutenção dos preços do milho pode ser atribuída a vários fatores:
- Equilíbrio entre oferta e demanda: A colheita avançada da safrinha tem contribuído para uma oferta consistente, mantendo os preços estáveis.
- Condições climáticas: As variações climáticas nas diferentes regiões produtoras afetam a produtividade, mas não de forma significativa a ponto de alterar drasticamente os preços.
- Logística e armazenamento: Melhorias na infraestrutura de armazenamento e transporte ajudam a evitar grandes oscilações de preços.
Avanços na Colheita da Safrinha de 2024
A colheita da safrinha de milho de 2024 atingiu 91% da área plantada no Centro-Sul do Brasil até 25 de julho, comparado a 55% no mesmo período do ano passado. Este é o maior percentual colhido da série histórica iniciada em 2013 pela consultoria AgRural.
Paraná
No Paraná, conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral), 85% das lavouras da safrinha foram colhidas na virada da semana. No entanto, a produtividade está baixa na maioria das áreas, exceto no Sudoeste e Oeste do Estado.
- Produtividade Variada: As regiões Sudoeste e Oeste destacam-se com melhores rendimentos, enquanto outras áreas enfrentam desafios de produtividade.
Mato Grosso do Sul
No Mato Grosso do Sul, a Aprosoja/MS informou que a colheita alcançou 65,9% da área, superando em muito o registro do ano anterior. No entanto, problemas climáticos levaram a Famasul a reduzir suas estimativas de produção em 19,1%, resultando em 9,3 milhões de toneladas, o que representa 34,7% a menos que na safra passada.
- Impactos Climáticos: A produtividade média é estimada em 69,8 sacos por hectare, uma queda de 30,7%. Estes números podem ainda ser ajustados, já que a amostragem das áreas será concluída em 13 de setembro.
As exportações brasileiras de milho, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), somaram 2,76 milhões de toneladas nos primeiros 20 dias úteis de julho, registrando uma queda de 31,5% em comparação a julho de 2023, quando foram exportadas 4,2 milhões de toneladas.
- Aumento Esperado: Apesar da queda nas exportações em julho, a expectativa é de que as exportações aumentem nos próximos meses, conforme a colheita avança e a oferta se estabiliza.
Previsões para a Safra de Verão e Safrinha de 2025
A consultoria Datagro estima uma redução na área semeada com milho no Brasil. A safra de verão deverá cobrir 3,89 milhões de hectares, em comparação com 4,05 milhões em 2023/24, sendo 2,54 milhões de hectares no Centro-Sul e 1,35 milhões no Norte/Nordeste.
Influência climática
Com a possível influência do fenômeno La Niña e o uso normal de tecnologia, a produção esperada é de 23,3 milhões de toneladas, uma redução de 1% em relação ao último ano, com 17,3 milhões de toneladas no Centro-Sul e 6,08 milhões no Norte/Nordeste.
Para a safrinha de 2025, a previsão inicial também indica uma retração na área, com 16,8 milhões de hectares semeados, 2% a menos que no último plantio, sendo 14 milhões de hectares no Centro-Sul e 2,85 milhões no Norte/Nordeste. Com condições climáticas regulares, a previsão de produção para a segunda safra é de 93,6 milhões de toneladas, semelhante à colhida neste ano.
No total das duas safras, a previsão de área plantada para 2024/25 é de 20,7 milhões de hectares, uma redução de 2% em relação aos 21,3 milhões do ano anterior, enquanto a produção potencial total é de 116,9 milhões de toneladas, mantendo-se estável em comparação com a última safra geral, segundo a Datagro.
Análise de produtividade
- Tecnologia e Clima: A aplicação de tecnologia agrícola e as condições climáticas são determinantes para a produtividade do milho. O uso de sementes geneticamente modificadas, fertilizantes e técnicas de manejo avançadas podem ajudar a mitigar os impactos negativos das variações climáticas.
- Impactos Econômicos: A estabilidade na produção de milho tem implicações significativas para a economia brasileira, afetando tanto o mercado interno quanto as exportações. A previsão de uma produção total estável sugere que o Brasil poderá continuar a atender a demanda interna e manter sua posição competitiva no mercado global.
Jornal da Fronteira junto com Você!
Whatsapp JF +55 49 9809-2923 – Canal direto com nossa redação!
ou
ou